

Após a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF) revogar, nessa segunda-feira (13/6), o manual que tratava de banheiros sem gênero nas escolas públicas da capital federal, o assunto voltou a gerar polêmica entre os distritais. O ato estabelecia orientações sobre o uso dos sanitários por estudantes trans, travestis, transexuais e transgêneros.
Segundo o despacho da subsecretária de Educação Inclusiva e Integral, Vera Lúcia Ribeiro de Barros, o documento foi revogado “tendo em vista a necessidade da composição de um grupo de trabalho para a discussão e encaminhamentos sobre o tema”.
O Metrópoles entrou em contato com os deputados e apurou que a maioria é contra o banheiro sem gênero nos estabelecimentos educacionais do Distrito Federal. Dos nove distritais que a reportagem conversou, seis acreditam que a Secretaria de Educação não deve voltar a discutir o tema. Apenas um é a favor. Outros dois preferiram não se manifestar.
Confira posicionamento:
Chico Vigilante (PT)- Contra
Julia Lucy (União Brasil)- Contra
Rodrigo Delmasso (Republicanos)- Contra
Martins Machado (Republicanos)- Contra
Hermeto (MDB)- Contra
José Gomes (PP) – Contra
Fábio Felix (PSol) – A favor
Reginaldo Veras (PV)- Não se manifestou
Arlete Sampaio (PT)- Não se manifestou
Para o distrital Chico Vigilante (PT), a Educação “fez muito bem em revogar” e “deve discutir outras pautas mais importantes”. Júlia Lucy (União Brasil) acredita que a população não deve aceitar “retrocessos”, e ressalta que lutará pela proteção das crianças, dos adolescentes e da conquista do espaço das mulheres.
O deputado Rodrigo Delmasso (Republicanos) também é contra o banheiro sem gênero. “É de suma importância preocupar-se, em nome do princípio da razoabilidade, com os estudantes que se comportam de acordo com seu sexo de nascimento e que não concordam em compartilhar banheiros com aqueles”, comenta.
Os distritais Martins Machado (Republicanos) e Hermeto (MDB) destacaram que são defensores da família e das pautas “mais conservadoras”. Machado disse acreditar que a questão dos banheiros sem gênero já esteja resolvida com a revogação da circular.
O deputado José Gomes (Progressistas) é do mesmo pensamento. “É importante saber separar as coisas. Homens e mulheres têm comportamentos diferentes ao utilizar o ambiente. Mulheres precisam de privacidade, e o comportamento masculino é totalmente diferente. São ‘universos’ totalmente diferentes”.
Nas redes sociais, Fábio Felix chamou de absurda a “ameaça à dignidade das pessoas trans”. “Vamos exigir explicações do GDF e pedir que o MP apure essa conduta equivocada e transfóbica”. Os deputados Reginaldo Veras (PV) e Arlete Sampaio (PT) não quiseram se manifestar.
Ofício
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) questionou a Secretaria de Educação sobre a revogação da circular que tratava de banheiro sem gêneros nas escolas, nessa segunda. O ofício, assinado pelo presidente do colegiado, Fábio Felix, pede informações sobre os fundamentos e o objetivo da revogação.
A polêmica começou após o adolescentro instalar banheiro sem gênero nas unidades de tratamento de saúde mental para adolescentes.
Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no Instagram.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.
Fonte: Metrópoles