Uma vacina experimental contra o câncer desenvolvida por médicos e cientistas dos Estados Unidos teve resultados promissores em sua fase experimental e conseguiu fazer com que três pacientes com a doença metastática entrassem em fase de remissão. O imunizante faz com que as células de defesa do corpo aprendam a localizar e matar os tumores espalhados nos órgãos.A injeção é aplicada diretamente nos tumores e, por enquanto, apenas pacientes com massas cancerígenas externas podem se beneficiar dela.A vacina contém uma dose mais alta de uma proteína natural que multiplica rapidamente os níveis de células dendríticas no corpo. Elas são conhecidas como “professoras” porque matam o tumor e ensinam as células T (de defesa) do corpo a “caçar” pedaços do câncer que se espalharam pelo organismo.“Quando vi o exame mostrando que o tumor adrenal de uma das minhas pacientes havia desaparecido, foi como ganhar na loteria”, lembra o médico Thomas Marron, que faz parte da equipe de pesquisa, em divulgação feita pela clínica onde os testes foram realizados. Ele dedicou a última década à criação da vacina.Como é a terapia
A terapia experimental é dividida em quatro fases e já foi aplicada em dez pacientes com câncer metastático, que acontece quando o tumor já se espalhou para outros órgãos. O quadro é considerado incurável.Na primeira fase, os pacientes recebem quatro pequenas doses de radiação durante dois dias para matar algumas células tumorais no local onde está instalado o câncer principal. O material morto é usado para ensinar o sistema imunológico a reconhecer e matar não apenas os tumores em tratamento, mas também os que estão em outras partes do corpo.Em seguida, uma série de imunoestimulantes é aplicada diretamente no local do tumor. O primeiro recruta as células dendríticas, que agem como generais do exército imunológico.O segundo estimulante ativa essas células, que instruem as células T – os soldados do sistema imunológico – a matar os tumores e poupar as células não cancerígenas. Esse “exército” aprende a reconhecer as características das células tumorais para procurá-las e destruí-las por todo o corpo.Na quarta fase, as células T já conseguem detectar e matar os tumores do paciente, e circulam pelo corpo para destruir outras células tumorais que encontrarem.No teste clínico realizado no hospital Mt. Sinai, em Nova York, os pacientes receberam o componente final, o medicamento de imunoterapia pembrolizumab. Ele foi administrado a cada três semanas, em oito sessões.Perspectivas futuras
Apesar de sete dos dez pacientes inscritos no estudo não terem respondido à vacina, o grupo de cientistas está otimista com os três resultados positivos. Como o imunizante ainda está em estágio inicial, ainda há tempo para aperfeiçoar a técnica.A equipe de pesquisadores explica que está em busca de opções para reduzir o número de injeções no tratamento e entender porque a vacina só funcionou em alguns pacientes.Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.Já leu todas as notas e reportagens de Saúde hoje? Clique aqui.Fonte: Metrópoles