O aplicativo brasileiro Bora, que cria pontes entre gestores de políticas públicas e especialistas em busca de oportunidades para desenvolver novos estudos, acaba de ser reconhecido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Desenvolvido pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), o app recebe o reconhecimento internacional apenas seis meses após o lançamento oficial.
Baseado na lógica dos aplicativos de encontros, o Bora amplia uma das grandes virtudes da internet – encurtar distâncias – para um escopo mais abrangente. Em vez de juntar parceiros amorosos, o app estreita laços entre gestores de políticas públicas e especialistas no assunto. Se ambos tiverem interesses alinhados, o programa trata de dar “match” – aqui chamado de “bora” – e facilitar o contato entre as partes.
O nome remete ao verbo usado no cotidiano para convites informais, mas é, também, uma sigla: Banco de Dados de Relacionamento On-line para Avaliadores. O produto estreou em agosto de 2022, na Semana de Inovação, evento anual organizado pela Enap em parceria com o Ministério da Economia e diversos órgãos públicos.
Reconhecimento internacional
Cerca de um semestre após ser lançado, o Bora alcança reconhecimento internacional por meio do OCDE (clique aqui para ver a página), organização composta por dezenas de países membros e dedicada a debater políticas públicas e econômicas.
O aplicativo passou, assim, a integrar o banco de soluções do Observatório de Inovação do Setor Público (OPSI), braço da instituição que, há seis décadas, identifica tendências e traça planos que colaborem para o desenvolvimento das políticas públicas dos países associados.
Pedro Masson, diretor de Altos Estudos Substituto da Enap
“Percebemos que havia a necessidade de ampliar as redes de contatos para a realização de pesquisas, tanto da administração pública quanto dos avaliadores de políticas públicas. Então, decidimos criar uma ferramenta que ajudasse a promover esse encontro”, explica Pedro Masson, diretor de Altos Estudos Substituto da Enap, em entrevista ao Metrópoles.
Masson aponta que a ferramenta conta com 121 usuários em apenas seis meses, número expressivo dado o nicho da plataforma.
O Bora, contudo, teve que superar dificuldades para chegar ao mundo. Pedro explica que “em um projeto governamental, o processo de contratação de serviços pode ser demorado”. E completa: “tivemos um período inicial desafiador em relação à disponibilidade de ferramentas necessárias para executar esse projeto”. O diretor exalta a importância da parceria com a Universidade de Brasília para superar dificuldades na parte técnica.
O lançamento em setembro de 2022, em pleno período eleitoral, também ofereceu uma série de restrições na divulgação inicial. Nada disso parece ter abalado a crescente que o projeto vive. “Nosso objetivo final é prestar um melhor serviço ao cidadão brasileiro, adequando nossas ações às necessidades da sociedade”, pontua.
Reconhecimento
Sobre o reconhecimento por parte da OCDE, Pedro se mostra orgulhoso e faz questão de apontar que o Bora é fruto de trabalho coletivo intenso em curto espaço de tempo.
“Além do reconhecimento internacional tão importante, é que a OCDE deu seu aval e está recomendando o aplicativo como um modelo a ser replicado por outros governos. Isso mostra que estamos na direção correta”, comemora.
Para o futuro, o diretor almeja um trabalho de aprimoramento na ferramenta por meio de intercâmbio entre diferentes setores do governo. Em posse de um aplicativo ainda mais lapidado, o Enap estenderá o convite para as mais diversas áreas da administração pública para atingir cada vez mais gestores e pesquisadores.
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Fonte: Metrópoles