A partir de 2021, a cidade de São Paulo terá mais diversidade e representatividade na Câmara Municipal. Dois dos cinquenta e cinco vereadores eleitos para mandato de 2021 a 2023, são Erika Hilton (PSOL) e Thammy Miranda (PL).
O filho de Gretchen, que já havia tentado outras eleições na cidade, se elegeu vereador com uma proposta considerada polêmica, afirmando que a direita deve também ter representatividade LGBT.
E realmente é verdade que precisamos de LGBTs em todo canto e não podemos ser reféns de ideologias ou lados políticos para existirmos e sermos respeitados. Mas a eleição de candidato LGBT pela direita é vista com desconfiança por muitos, uma vez que devido ao coeficiente eleitoral (maneira como votos ao legislativo é contabilizada no Brasil), o aumento de votos para esta ala política também ameaça trazer mais vereadores conservadores ao poder.
Já Erika Hilton era co-deputada estadual em São Paulo pelo mandato coletivo da Bancada Ativista (PSOL) na Assembleia Legislativa de SP. Conhece na pele a vivência periférica e estudou Gerontologia da UFSCar, além de ser ativista dos Direitos Humanos.
A eleição de Erika além da bandeira trans, outras como a do feminismo e o movimento negro. Sim! Uma mulher trans, preta e de origem periférica eleita vereadora da maior cidade da América Latina, ocupando este espaço de poder.
Em um meio como é o dos vereadores e tantas outras esferas do poder, sempre dominado por homens brancos, heterossexuais e cisgêneros, representatividade é quase sempre bem-vinda, né? Quase sempre porque vale lembrar que em São Paulo já tivemos eleições como a do vereador agora reeleito Fernando Holiday (Patriotas), que mesmo sendo negro e gay renega ambas as bandeiras de sua existência e costuma ir na contra pautas do movimento negro e LGBT, como cotas, por exemplo. Ele também já afirmou ser gay e conservador, e por conta disso, não fazer sexo. Complicado, né? Muito hétero cis que representa a gente melhor, certamente…
Mas voltando a falar de coisa boa, neste momento histórico que coloca pessoas trans na Câmara de São Paulo voltando a falar de coisa boa, Erika Hilton conquistou mais de 50 mil votos, sendo a 6ª vereadora mais votada. Thammy Miranda se elegeu com pouco mais de 40 mil votos, sendo o 9º vereador mais votado.
Com a eleição de ambos vereadores, São Paulo se torna a 1ª cidade a eleger um homem trans e uma mulher trans em seu poder legislativo municipal. Que ambos tenham sucesso em seus mandatos e a gente consiga de fato ter uma cidade mais justa para todas, todos e todes, servindo de exemplo ao Brasil.
Fonte: Põe na roda