Uma das campanhas de solidariedade mais esperadas do ano, o Papai Noel dos Correios recebeu mais de 2 mil cartas das crianças para o Bom Velhinho, superando a meta do Distrito Federal par este ano.
Foram adotadas cartas escritas por estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental da rede pública e por crianças em situação de vulnerabilidade social.
Em 2020, por causa da pandemia do novo coronavírus, o projeto ocorreu de forma virtual. Segundo os Correios, nos anos anteriores, a campanha começava com cerca de 20 mil cartas disponíveis. Contudo, devido às mudanças provocadas pela crise sanitária, os números diminuíram.
A apreensão com a Covid-19, inclusive, transpareceu em cartinhas enviadas ao bom velhinho, como na de Maria Eduarda Souza de Oliveira Alves, 9 anos. A pequena observou que, neste ano, o Papai Noel não poderá entrar em todas as casas e fez recomendações:
“Mas na minha casa o senhor poderá entrar de máscara e deixar [o presente] na varanda”, escreveu a estudante do 3º ano do ensino fundamental. Depois de afirmar ter se comportado “mais ou menos na escola” e estar bem na igreja e em casa, ela pediu “coisas de menina”, como pulseiras, colar, tiara de cabelo e maquiagem.
Em tempos de pandemia, Mariana Barbosa Braga de Oliveira, 11 anos, mostrou em seu bilhete preocupação com o bem-estar da população. Moradora do Riacho Fundo 1, ela contou ao Papai Noel seu desejo de ser psicóloga “para saber como as pessoas se sentem”. Depois, a menina pediu de presente de Natal uma caixa com 200 lápis de cor ou uma Barbie negra.
Lara Oliveira Pimentel, 11 anos, aluna do 5º ano, escreveu que foi boazinha e doou todos os brinquedos em 2020. Desta vez, ela pediu tinta para o rosto ou uma boneca Barbie.
Maike, do 3º ano da rede pública do DF, disse ter obedecido o pai cerca de 65% das vezes e que cuidou direitinho dos cachorros e das plantas. Ele pediu ao Papai Noel uma bicicleta ou um boneco do Homem-Aranha.
Um desejo bastante comovente foi o de João Yuri Vicente Gusmão, aluno do 5º ano da Escola Classe Morro do Sansão, em Sobradinho. Ele ficou sem computador para estudar em casa, e, com a chegada do Natal, viu a chance de escrever uma cartinha com o pedido ao Papai Noel, como revelou o Metrópoles.
O adolescente de 15 anos tem paralisia cerebral e usa um programa específico para fazer os deveres de casa e acompanhar as aulas durante o período de isolamento social. Contudo, em junho, após uma queda de energia em casa, o único computador de João queimou. Na quarta-feira da semana passada (16/12), a entrega do presente surpreendeu a família do menino (foto abaixo).
Três décadas de esperança
Conforme os Correios, em todo o país, foram selecionadas e disponibilizadas na internet mais de 85 mil cartas. Com mais de 30 anos, a ação segue com o objetivo de incentivar a escrita por meio das cartinhas – propagando, entre as crianças, valores como solidariedade e esperança — e, sempre que possível, atender aos pedidos.
Os presentes foram entregues às escolas participantes. Os centros de ensino deverão realizar a distribuição para os estudantes conforme cronograma próprio.
Para as crianças que enviaram as cartas diretamente pelo Blog do Papai Noel da campanha, os Correios fazem as entregas nos endereços cadastrados.
Fonte: Metrópoles