Uma mulher trans está processando o Departamento de Segurança Pública da Geórgia por não protegê-la de ser agredida e também não fornecer assistência médica adequada.
Segundo o Gay Star News, esta é a segunda vez que Ashley Diamond processa a agência. Ela já havia entrado em ação em 2015, enquanto presidiária da Prisão Estadual da Geórgia, depois que as autoridades não permitiram sua terapia hormonal. No ano seguinte, após sua libertação, ela ganhou um acordo histórico.
Por conta dela, a Geórgia mudou suas políticas para que detentas transgênero pudessem receber tratamento hormonal. Agora, eles também vão atualizar suas políticas contra abuso sexual e treinar funcionários sobre a população trans encarceirada.
Diamond acabou voltando para a prisão em outubro do ano passado, depois de violar a liberdade condicional.
Acontece que as autoridades a encarceraram pela segunda vez em uma prisão masculina. Em sua ação judicial ela afirma que ela já foi abusada sexualmente mais de 14 vezes só no ano passado por outros prisioneiros e até por funcionários da cadeia.
“Ser mulher em uma prisão masculina é um pesadelo. Eu fui despojada de minha identidade. Nunca me sinto segura. Nunca. Sofro de assédio sexual diariamente, e o medo de abuso sexual é sempre um pensamento ameaçador. Estou iniciando este processo para trazer mudanças em nome de uma comunidade que merece a dignidade inerente de simplesmente existir.”
Policial a chamou de ‘aberração’
Seu processo detalha um período de três dias durante o qual diferentes pessoas abusaram sexualmente de Diamond quatro vezes no total. Em outra parte, o relatório também afirma que um membro da equipe trancou Diamond em um escritório dois dias seguidos e a abusou sexualmente por horas a fio.
Um policial convocou uma reunião em sua cela e anunciou aos outros detentos sua condição como transgênero, revelando informações médicas confidenciais e a descrevendo como ‘uma aberração’ e a tratando no masculino. Diamond sofreu um ataque de pânico logo depois.
Juntamente com as agressões, o processo afirma que as autoridades negaram novamente a ela o acesso ao tratamento de hormonização. Como resultado, Diamond sofreu de ansiedade, depressão, tentou suicídio e até se auto-agrediu ao tentar se castrar.
Chinyere Ezie, uma advogada do Center for Constitutional Rights, moveu a ação original de Diamond em 2015. Ela disse: “Nunca pensei que trabalharia com Ashley Diamond para processar o Estado da Georgia pela segunda vez. No entanto, pouco mudou desde 2015 no que diz respeito ao abuso e negligência de pessoas trans na custódia do Estado da Georgia”.
Ela ainda acrescentou: “Nós processamos as prisões da Geórgia em nome de Ashley antes e, infelizmente, estamos tendo que processar novamente para acabar com o tratamento abominável de pessoas trans, particularmente mulheres transexuais de cor, nas prisões da Geórgia.”
“Os ataques e ameaças que Ashley continua a enfrentar diariamente são baseados no fato de que ela é uma mulher em uma prisão masculina – é intolerável e indesculpável”, finalizou a advogada.
Fonte: Põe na roda