

Vídeos que circulam nas redes sociais de famílias brasilienses são monitorados pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). As imagens trazem um homem que utiliza filtros simulando a personagem Elsa, do desenho animado Frozen, da Walt Disney. Seria um conteúdo infantil, não fosse a mensagem que o autor traz. Entre outras orientações, a heroína deturpada sugere que as crianças “adorem satanás”.
A gravação, feita por meio do aplicativo TikTok e compartilhado por um youtuber de São Paulo no Instagram, beira a prática de crime, segundo investigadores da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC). Usando linguagem infantil e voz anasalada, o autor do vídeo leva poucos segundos para passar a mensagem. “Oi, crianças! Sou eu a Elsa e hoje vou ensinar a vocês a fazerem uma arte muito bonita na casa de vocês. Vamos aprender?”, diz o homem.
Na mesma gravação, a “Elsa desvirtuada” continua. “Para isso, vamos precisar de canetinha e molho de tomate. Com a canetinha, vocês vão desenhar várias estrelas como essas (pentagramas que simbolizam a marca da besta) nas paredes da casa de vocês. Vocês puderam perceber que a pontinha tá virada pra baixo? E com o molho de tomate vocês vão contornar o desenho. Se alguém perguntar por que vocês fizeram isso, vão responder: ‘pela glória de Satã, é claro!”, diz.
Conteúdo negativo
Segundo o delegado-chefe da DRCC, delegado Giancarlos Zuliane, a especializada teve conhecimento sobre o compartilhamento dos vídeos nas redes sociais durante troca de informações com a Polícia Civil paulista. “Existem apurações que estão em andamento, apesar de nós termos acompanhado a disseminação desse conteúdo”, explicou o delegado.
O chefe da DRCC destacou que o autor dos vídeos é um youtuber que postou os vídeos em seu perfil no Instgram. “Os vídeos são diferentes do Pateta, que estimulava o suicídio e a automutilação. Isso não ocorre com a Elsa. No entanto, o vídeo beira a prática de delitos, principalmente no que diz respeito à apologia de crimes. Com certeza é um péssimo conteúdo que nenhuma rede social gostaria de hospedar”, afirmou.
O Metrópoles apurou que o autor dos vídeos registrou ocorrências policiais em São Paulo após sofrer ameaças de morte em razão da disseminação das imagens. A reportagem procurou o TikTok para saber se a conta dele será removida. A matéria será atualizada tão logo a empresa se manifeste.
Fonte: Metrópoles