De acordo com o jornalista Flávio Ricco, o autor de novelas de Walther Negrão arrumou as malas e está de saída para outro país. O destino escolhido será a Europa, mais especificamente, em Portugal, onde busca um lugar parecido com um sítio como nova moradia. Mesmo com uma bagagem cheia de sucessos, ele foi um dos autores que saíram da TV Globo.
O escritor, de 79 anos, famoso por novelas como Tropicaliente, Top Model, Sol Nascente, Direito de Amar, Fera Radical, El Primer Amor, na Televisa, emissora mexicana, acumulando mais de 30 novelas, sendo 23 delas exibidas na Globo. Ele pediu aposentadoria em 2019 para se dedicar à produção de cachaça na fazenda que possui em Arandu, no interior de São Paulo e próxima a cidade onde ele nasceu.
Como autor, estreou na televisão em 1958, ao escrever para o Grande Teatro Tupi, e adaptando textos radiofônicos para a Rede Record. Escreveu sua primeira telenovela em 1964, ao colaborar com Roberto Freire, na telenovela Renúncia, da Rede Record. Ainda, escreveu a telenovela Os Miseráveis, baseando-se no romance homônimo de Victor Hugo, esta que foi a primeira telenovela da Rede Bandeirantes. Em seguida, como colaborador de Geraldo Vietri, nas telenovelas Nino, o Italianinho e Antônio Maria, na extinta Rede Tupi.
Estreou na Rede Globo, como substituto de Hedy Maia em A Cabana do Pai Tomás, onde escreveu o final da novela. Em 1970, escreveu suas primeira telenovelas como titular, A Próxima Atração e O Primeiro Amor, exibidas às 19 horas, dois grande sucessos neste horário na época, esta última chegou a ter uma versão mexicana produzida pela Televisa, intitulada El Primer Amor.
E logo em seguida, escreveu sua única novela em horário nobre, Cavalo de Aço, um grande fracasso, que sofreu com às interferência impostas pela Censura federal, da época. Então depois, escreveu a novela Supermanoela, outro grande fracasso, que acabou afastando o autor da emissora. Depois, voltou para Rede Tupi, onde escreveu em parceria com Chico de Assis, as novelas, Ovelha Negra, Cinderela 77 e Xeque-Mate, e ainda substituiu Sérgio Jockymann, no roteiro da novela Roda de Fogo.
Na década de 1980, voltou para a Rede Globo, onde escreveu novelas de grandes sucessos, como Livre para Voar, Direito de Amar, Fera Radical, Top Model, Despedida de Solteiro, Tropicaliente e Era uma Vez, que recentemente foi reprisada pelo canal Viva, do grupo Globo.
Depois de escrever a minissérie A Casa das Sete Mulheres, que recebeu o Prêmio Qualidade Brasil, e o seriado Carga Pesada, com Antonio Fagundes e Stênio Garcia como os caminhoneiros mais populares Pedro e Bino, voltou a escrever novelas, com Como uma Onda, Desejo Proibido, Araguaia e Flor do Caribe, com Grazi Massafera, todas exibidas no horário das 18 horas.
Escreveu a telenovela Sol Nascente, em 2017, com Giovanna Antonelli e Bruno Gagliasso, juntamente com Suzana Pires e Júlio Fischer, seu último trabalho na TV. A trama foi alvo de criticas pela falta de representatividade e que atores como Luís Melo interpretou um personagem de origem japonesa, substituindo Ken Kaneko.
Em entrevista para o jornal Folha de S.Paulo, Kaneko disse que não havia justificativa para sua substituição e que ele estava profundamente magoado com a situação. Na mesma publicação, outros atores criticaram o pouco espaço pra orientais na televisão e a estereotipação para papeis caricatos, que incluem a pronúncia errada do português e o fato de forçar o sotaque japonês, considerando desrespeitoso e absurdos tais atos.
Fonte: Em off