O despejo de grande quantidade de lixo hospitalar no Parque Ecológico e Vivencial do Recanto das Emas chamou a atenção de uma cientista ambiental, na manhã desta terça-feira (31/8). Cecília de Oliveira Simões, 35 anos, denunciou a situação após se deparar com itens semelhantes a seringas e agulhas descartadas na área verde. O material estava perto de uma pista usada por pedestres e ciclistas, em um espaço aparentemente queimado.
Cecília lembra que qualquer tipo de resíduo não orgânico descartado no meio ambiente gera problemas. “(Nesse caso,) não se sabe a origem do material, não sabe se há algum contaminante. Podem ocorrer acidentes com pedestres, pode ser que algum material entre no solo e contamine a área. Além de (as seringas) poderem ser desviadas para uso indevido, como para consumo de drogas. Resíduo hospitalar tem tratamento especial. E esse tratamento deve ser respeitado”, ressalta.
Outra moradora da região, a universitária Thaís Tavares, 28, encontrou mais pontos com lixo no parque. “Costumamos ver lixo, mas nunca hospitalar. As seringas estavam bem perto de onde as pessoas passam e em grande quantidade. Tinha até algumas agulhas expostas, viradas para cima. Isso pode machucar pessoas, animais. Entrei em contato com a Administração Regional (do Recanto das Emas) e eles disseram que viriam recolher”, conta a jovem.
Thaís comenta que o despejo de lixo recorrente no local tem estressado moradores da cidade. “Estamos cansados de ver essas coisas acontecendo, e nada se resolve. Muitas das vezes, a Administração Regional recolhe, mas acho que seria melhor ter um projeto de educação ambiental para ensinar à população onde descartar os resídios. Não adianta só recolher o lixo se a população não tiver consciência”, cobra a universitária.
Descarte adequado
A Administração Regional do Recanto das Emas informou que recebeu informações do problema por volta das 15h30 desta terça-feira (31/8) e acionou os órgãos competentes. “Como se tratam de produtos médicos e cirúrgicos amplamente usados por clínicas de estética e odontologia, havia necessidade de um procedimento adequado de recolhimento”, comunicou o órgão, em nota.
Os materiais estavam vencidos desde 2019 e foram coletados pela equipe de manutenção da Administração Regional do Recanto das Emas. Encaminhados à Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde (SES-DF), eles passarão por processo de fiscalização da procedência.
A Administração Regional ressaltou que esse tipo de material pode ser descartado de maneira regular em qualquer unidade básica de saúde (UBS). Em relação à queimada no parque, o Corpo de Bombeiros não confirmou o motivo do incêndio e informou que precisa apurar se a ação foi intencional ou acidental.
Fonte: Correio Braziliense