A campanha Outubro Rosa deste ano, de uma marca de roupas de Brasília, faz um apelo duplo: para que as mulheres façam o autoexame dos seios para diagnóstico precoce do câncer de mama e também para que “Não apelidem as partes íntimas”.
E o motivo não é brincadeira. É um assunto muito sério! Dar nome às partes íntimas dificulta a descoberta de abusos sexuais cometidos contra crianças.
“Recentemente uma professora fez um relato de que uma de suas alunas havia contado que, há pelo menos um ano, o padrasto brincava com o biscoito dela. De início, a professora não entendeu que aquela criança estava sendo abusada justamente pela genitália ter apelido. Por isso é tão importante esse alerta, sabe”, disse Fernanda Fernanda Sales, uma das criadoras da marca Lumas, em nota enviada ao Só Notícia Boa.
Já parou para pensar nisso?
O vídeo da campanha
No vídeo de 48 segundos, sete mulheres aparecem segurando objetos que representam os apelidos que os seios normalmente levam, como por exemplo: balões, limões, melões.
“Inventar apelidos para as partes íntimas é uma forma (i)moral de criar tabus, diminuindo o seu autocuidado. Você têm seios e não faróis, tomates, limões, mamões, melões, balões ou tábua”, explica Fernanda.
O projeto, roteiro e edição do vídeo da LUMAS contou com as parcerias: da fotógrafa Kakau Lossio, que fez as fotos (e também apareceu no vídeo), do salão Maria Coutinho, que fez cabelo e cedeu o espaço para produção e da maquiadora Aghata Maia.
O vídeo marca o lançamento das camisetas que terão todo o lucro das vendas revertido para projetos de prevenção do câncer de mama.
As camisetas, que estampam as frases “O amor da minha vida sou eu” e “Eu me toco”, estão disponíveis nas cores rosa e branca. O valor é de R$ 94 cada.
Conscientizar as mulheres
Fernanda Sales diz que ação quer mais do conscientizar as mulheres. A ideia é envolver toda a sociedade, já que o diagnóstico precoce oferece até 95% chance de cura.
Porém, apenas 46,2% das mulheres realizam o exame uma vez ao ano, e 27% nunca o fizeram.
“O segmento da Lumas é o protagonismo da mulher, tem empoderamento maior do que cuidar de si, do que se amar? Queremos conseguir despertar mulheres normais como a gente para se cuidarem e especialmente, engajar outras mulheres a se despertarem para o autocuidado”, disse Fernanda.
Anne Bonatto, sócia da Fernanda, lembra que muitas mulheres não tocam o próprio corpo por uma questão cultural.
“Condicionamos nossas mulheres a não sentirem prazer pelo próprio toque, isto impacta até mesmo na forma como as mulheres conhecem as mamas”, alertou.
E a hora do banho é o melhor momento para fazer o autoexame.
“A mulher se toca todos os dias ao tomar banho, por exemplo, por que não se percebe? Como não sente um nódulo? [Isto] É cuidarmos da nossa mente e especialmente da nossa saúde”, concluiu.
Fonte: Só Notícia boa