Todos os dias homens e mulheres trans têm suas demandas incompreendidas, direitos ameaçados e existências desrespeitadas. É por esse motivo que a discussão sobre identidade de gênero é uma das que mais precisam crescer e se popularizar dentro do campo da diversidade no Brasil, país que mais mata pessoas trans no mundo.E a quantidade de desinformação espalhada sobre o tema só atrapalha o combate ao preconceito, principalmente em seu estágio inicial. Pensando nisso, solucionamos abaixo dúvidas básicas e essenciais a respeito do que realmente significa ser trans.O que é trans?O termo trans engloba pessoas transgênero, transexuais, não-binárias, agênero, etc.Trans é um termo usado para definir pessoas que se identificam com um gênero diferente do que foi designado no momento de seu nascimento. Isso significa que a identidade de gênero não coincide com o sexo biológico. A palavra não descreve um gênero em si, mas uma modalidade de gênero. Ela funciona como uma expressão “guarda-chuva”, englobando todos aqueles que não se identificam com o gênero atribuído ao nascer, não se identificam com nenhum gênero ou se identificam com mais de um deles. Transgêneros, transexuais, travestis, pessoas não binárias e agênero, por exemplo, correspondem a identidade trans.Qual a diferença entre transgênero, transexual e travesti?Trans são todos aqueles que se identificam com um gênero diferente de seu sexo biológico.Tanto “transgênero”, quanto “transexual” e “travesti” dizem respeito a uma pessoa cuja identidade de gênero não corresponde ao sexo biológico imposto a ela no nascimento. O termo “transexual” é comumente associado a quem passa pelo processo de transição, seja ele hormonal ou cirúrgico. Já “travesti” é usado para se referir a quem teve o gênero masculino atribuído ao nascer, mas vive de acordo com uma construção do gênero feminino, a verdadeira identidade de gênero que expressa.É importante lembrar que o uso do termo “transexual” vem sendo bastante questionado pela comunidade trans e que travestis não necessariamente modificam suas características corporais por meio de intervenções médicas. Respeitar a autoidentificação de cada pessoa é o ideal a ser feito.Pessoas trans precisam fazer cirurgia?O correto é falar “cirurgia de readequação genital”, e não “cirurgia de mudança de sexo”.Não necessariamente. Pessoas trans continuam sendo trans mesmo sem passar por nenhum procedimento médico ou cirúrgico para se parecerem com sua identidade de gênero. É uma questão individual de escolha. No Brasil, apenas pessoas a partir de 21 anos de idade podem realizar a cirurgia de readequação genital. Antes de concluí-la, o paciente precisa passar por acompanhamento psicológico, endocrinológico e psiquiátrico e viver socialmente de acordo com o gênero com o qual se identifica durante dois anos. Todo esse processo é executado para garantir que a operação, que é irreversível, seja realmente adequada. – Gêmeas trans de 19 anos fazem cirurgia de readequação de sexo inédita O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece cirurgias de transgenitalização desde o ano de 2008. A terapia hormonal também pode ser feita gratuitamente na rede pública e costuma ser o procedimento feito pela maior parte das pessoas trans, segundo a equipe médica do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes).Fonte: Hypeness