Nesta semana, o Juizado Especial Criminal de Taguatinga, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) revogou um pedido prisão inusitado contra o jornalista William Bonner. O pedido foi feito contra o âncora do “Jornal Nacional” porque ele pediu para que os brasileiros se vacinassem.


O pedido foi feito pelo advogado Wilson Issao Koressawa, ex-procurador do Ministério Público. Koressawa é um bolsonarista radical que, no ano passado, apresentou um pedido para que o Superior Tribunal Militar prendesse governadores e outros políticos que se opõem a Jair Bolsonaro. De acordo com Koressawa, Bonner deveria ser preso porque comete os crimes de indução de pessoas ao suicídio, de causar epidemia e de envenenar água potável, substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo. Isso porque ele pediu para que os espectadores do ‘JN’ de vacinassem contra a covid-19.
“Delírios negacionistas”
A juíza Gláucia Falsarella Pereira Foley declarou que o pedido do advogado não faz sentido, porque “como fundamento, [o autor] reproduz teorias conspiratórias, sem qualquer lastro científico e jurídico, esvaziando seu texto em mera panfletagem política”, disse.
“O Poder Judiciário não pode afagar delírios negacionistas, reproduzidos pela conivência ativa – quando não incendiados – por parte das instituições, sejam elas públicas ou não. Além disso, a decisão do Supremo Tribunal Federal, na ADPF 130/DF, consagrou o entendimento de que o exercício da liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, especialmente contra autoridades e agentes do Estado. Para Eugênio Bucci, aliás, mais do que direito do jornalista, a liberdade de informação é direito do cidadão e dever da imprensa”, escreveu a juíza. – Datena defende William Bonner, chamado de ‘canalha’ por Bolsonaro: ‘Não aceito’. Veja vídeo Além disso, Koressawa pede a suspensão da “vacinação obrigatória em todo o país, principalmente de crianças e de adolescentes, bem como da exigência do passaporte sanitário, até que sejam realizados exames periciais dos componentes de todas as vacinas”.
Fonte: Hypeness