Em seu novo livro, o cientista comportamental Michael Slepian não esconde de ninguém a conclusão de que guardar segredos pode fazer mal à nossa saúde. Intitulada The Secret Life of Secrets: How Our Inner World Shapes Well-Being, Relationships and Who We Are (A vida secreta dos segredos: como nosso mundo interior molda nosso bem-estar, nossos relacionamentos e quem somos, em tradução livre), a obra foi escrita a partir de vasta pesquisa com milhares de pessoas – e segredos.Professor na Universidade de Columbia, Slepian coletou segredos de 50 mil participantes, para estudar a natureza dessas confidências, bem como o efeito que podem provocar sobre nós. Essa pesquisa foi detalhada na plataforma KeepingSecrets.org, e os segredos coletados foram divididos em 38 categorias, como decepções, desejos, ambições, vícios, compulsões, segredos sexuais, traumas, segredos financeiros, traições profissionais, amorosas e mais.A partir da pesquisa, no livro o autor e professor se aprofunda em aspectos, virtudes e problemas das coisas que guardamos. “O mal provocado por um segredo não parece decorrer da obrigação de esconder a informação durante uma interação social, mas de conviver com ela quando você está sozinho com seus pensamentos”, afirma Slepian, para o New York Times, em tradução publicada pela Folha de São Paulo. “Quanto estamos sozinhos com alguma coisa importante, especialmente alguma coisa danosa ou incômoda, tendemos a não desenvolver maneiras saudáveis de pensar sobre ela”, ele diz.Uma das maiores autoridades na psicologia dos segredos no mundo, Slepian já recebeu o prêmio Rising Star Award, da Associação da Ciência da Psicologia, tendo assinado mais de 50 artigos sobre o tema. O autor encoraja seus leitores a dividir seus segredos, especialmente com pessoas amadas, ainda que nem toda situação seja adequada – o livro também oferece estratégias, éticas e etiquetas sobre como compartilhá-los. “Quanto mais os pensamentos da pessoa se voltam ao segredo, mais difícil se torna o fato de não contar com apoio emocional ou conselhos”, diz o professor.Fonte: Hypeness