O ator Nizo Neto, de 58 anos, relembrou a perda do filho, Rian Brito, de 26 anos, que foi encontrado morto em uma praia do Norte Fluminense, em 2016, após consumir doses de chá de ayahuasca, conhecido por ser capaz de induzir modificações intensas na percepção, emoção e cognição. De acordo com o comediante, de 58, depois de ter contato com a substância, o jovem desenvolveu esquizofrenia e precisou ser internado em uma clínica.
O filho de Chico Anysio explicou que o rapaz consumiu a combinação de ervas pela primeira vez depois de frequentar a Porta do Sol, centro espiritual fundado pela atriz Leona Cavalli. Ele disse ainda que o filho tentava superar o fim de um relacionamento.
“Meu filho tomou ayahuasca, algumas doses, e teve um surto psicótico. Ele estava procurando uma forma espiritual de lidar com uma perda amorosa que ele teve e começou a tomar. Lá pela terceira ou quarta dose, ele pirou. Não queria mais comer. Dizia que, se fosse comer, estaria traindo a Deus”, desabafou o ator em entrevista concedida ao podcast Bac-Cast, no YouTube.
Nizo recordou que quando questionava o filho sobre sua relação com Deus”, o rapaz fazia declarações sem fundamento. “Ninguém entendia, e vimos realmente que tinha uma coisa muito estranha acontecendo. Ele começou a emagrecer demais. Um cara de 1,80m pesando 50 kg. Totalmente anoréxico e com a pele já acinzentada. Falaram [os especialistas]: ‘se ele tomou ayahuasca, essa crise que ele está tendo… isso é clássico, é uma coisa muito séria, meio que um caminho sem volta’”, contou o humorista .
O artista contou que já foi criticado por dizer que a ayahuasca é uma droga. Ele disse depois da morte do filho, procurou famílias que sofreram perdas de forma parecida por causa da substância. “Ouço relatos de quem tomou e curou a depressão, largou drogas e alcoolismo. Tem gente que diz: ‘Tomei e passei muito mal, nunca mais vou tomar’. Tem gente que fala: ‘Tomei e não aconteceu nada’”, pontuou.
Ele acredita que os efeitos são muito diferentes e variam de pessoa para pessoa. “O grande problema disso é que não tem como detectar se a pessoa tem alguma pré-disposição psiquiátrica. Meu filho era absolutamente normal, não demonstrava nada. Não tinha depressão, não tomava remédios controlados, absolutamente normal, um jovem de 26 anos. Isso não é um caso isolado, porque recebi diversos relatos de pais falando que aconteceu a mesma coisa com os filhos, que desenvolveram esquizofrenia, se suicidaram”, argumentou.
Rian desapareceu em 23 de janeiro de 2016 e seu corpo foi encontrado, já estado avançado de decomposição dias depois na areia da Praia de Flecheiras, no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, em Quissamã, no Norte Fluminense. O exame de necropsia apontou que a causa da morte teria sido afogamento.
Fonte: Em Off