Wanderson Soares da Silva, morto aos 22 anos durante acidente de trabalho na cisterna do Residencial Santorini, na Quadra 208, em Águas Claras, nessa quarta-feira (28/9), trabalhava com paisagismo na empresa Império Garden. Segundo o pai da vítima, Carlos Antônio da Silva, ele e a outra vítima, Gutemberg José de Santana, 53 , tinham sido contratados para instalar uma nova bomba em uma dos poços do prédio. Os dois chegaram a ser socorridos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) em parada cardiorrespiratória, mas não resistiram.“A empresa que o meu filho trabalhava ia fazer apenas a instalação de uma nova bomba. Nós não sabemos nem a dinâmica certa, ninguém do condomínio nos informa. Nem sabíamos que ele viria. Só fomos informados quando ele já havia desmaiado”, conta Carlos.De acordo com o pai de Wanderson, ele trabalhava na empresa de uma prima e ajudava nos serviços de paisagismo. Porém, o jovem não tinha experiência em limpeza de cisterna e instalação de bomba no local.Gutemberg José também fazia serviços para Império Garden e ajudava Wanderson na execução do serviço no condomínio. “Foi uma fatalidade anunciada. A única resposta que nos deram é que amanhã (quinta) temos que dar prosseguimento ao enterro do nosso ente querido”, lamentou Rafael Santana, primo de Gutemberg. O homem relata que procurou entender o que ocasionou o acidente e se havia algum supervisor acompanhando o trabalho deles, mas que ninguém do condomínio soube informar.“Ninguém tinha equipamento de proteção, foi uma tragédia. Agora, a minha família vai ter que arcar com o sofrimento. Esperamos um posicionamento dos envolvidos. Eles não vão voltar”, ressaltou Rafael.Emissão de gás
De acordo com o CBMDF, os operários que trabalhavam dentro cisterna utilizavam um motor movido à combustão. Em contrapartida, nenhum deles utilizava equipamento de proteção individual (EPI). “Este motor funciona à queima combustível e acaba exalando gases que podem intoxicar pessoas. Não se tem, ainda, a informação de que isso seja a causa da inconsciência deles, até eles submergirem na água. Quem dirá isso é a perícia, mas a informação é relevante”, disse o tenente Marcelo de Abreu, do Corpo de Bombeiros do DF.Ao todo, cinco pessoas trabalhavam no local, que tinha 7 metros de profundidade. Dentro, a água chegava a 1,20m de altura. Das três vítimas em parada cardiorrespiratória, uma foi transportada de helicóptero para o Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).Questionados sobre o que poderia ter provocado a inconsciência dos operários, os bombeiros, por meio da assessoria de comunicação do CBMDF, disseram que “ambientes como este, que acabam acumulando material orgânico, com o passar do tempo passam a emitir gases que podem intoxicar pessoas”. Esta é outra hipótese para a perda de consciência dos operários.Empresas envolvidas
Conforme apurou o Metrópoles, haviam três empresas envolvidas no serviço da troca de bomba na cisterna. A HL2 Engenharia teria contratado duas empresas terceirizadas, Grupo K2 Serviços e Império Garden, para execução das tarefas.A K2 era responsável pela limpeza do poço e retirada da bomba antiga. Já a Império Garden realizaria a instalação do novo equipamento no poço.Conforme informações dos bombeiros, das pessoas envolvidas no acidente, duas eram da Império Garden, uma da K2, uma da HL2 Engenharia e um morador do edifício.A reportagem tentou contato com as três empresas envolvidas no acidente, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para futuras manifestações.Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Metrópoles DF no InstagramReceba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre o Distrito Federal por meio do WhatsApp do Metrópoles DF: (61) 9119-8884.Fonte: Metrópoles