Imagine não precisar mais instalar grandes placas de energia solar em casa. Em vez disso, considere receber esse mesmo tipo de energia por ondas Wi-Fi, do espaço. É o que pesquisadores da Agência Especial Euroupeia (ESA) avaliam em reunião em Paris nesta terça-feira (22/11).
Cientistas por trás da iniciativa pretendem aprovar um estudo de três anos para viabilizar estação orbitando ao redor do planeta capaz de captar as ondas solares, transformá-las em energia útil e, assim, atender a demanda de milhões de casas na Terra.
Segundo os idealizadores do projeto, a produção desse tipo de energia seria mais efetiva com esse processo, porque no espaço não há noite nem interferência de nuvens.
“Precisamos tornar mais e mais economias neutras em carbono e, portanto, mudar especialmente a forma como produzimos energia”, reforçou o diretor-geral da ESA, Josef Aschbacher, à imprensa.
Menores custos
O Projeto Solaris, como foi nomeado pelos responsáveis, não é o primeiro a contemplar a ideia de enviar energia solar por uma rede sem fios do universo. Na verdade, soluções similares aparecem há mais de 50 anos, mas sempre encontraram o mesmo bloqueio: dinheiro necessário para tirar a teoria do papel.
Agora, com a ESA passando por novo momento de organização do orçamento, o programa de implementação da tecnologia ganhou força e tem grande chances de ser colocada em prática. Além disso, com a criação de foguetes reutilizáveis e avanços na construção robótica no espaço, os custos do projeto reduziram consideravelmente. Com essas conquistas, os pesquisadores contemplam uma solução economicamente acessível para a população.
Testes iniciais
O desafio do grupo de cientistas é constatar se, de fato, será possível enviar a energia solar armazenada nas estações espaciais por uma rede Wi-Fi. Em estudos preliminares, engenheiros conseguiram transportar, com sucesso, 2 KW de energia coletada em células solares para coletores a mais de 30m de distância, sem uso de fios.
O próximo passo será checar se a tecnologia será capaz de enviar gigawatts por milhares de quilômetros, o necessário para fazer a energia chegar até as residências e funcionar normalmente.
“Nossa equipe não encontrou qualquer impedimento técnico que nos impeça de ter energia solar com estações sediadas no espaço”, afirmou Aschbacher. “Quando as células solares receberem a energia, ela ficará espalhada por uma área tão grande que, mesmo em seu pico de intensidade, o feixe não será perigoso para animais ou humanos”, completou.
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Fonte: Metrópoles