Os preparativos para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entram em fase final a quatro dias da cerimônia, que ocorre no próximo domingo (1º/1). Ao longo da Esplanada dos Ministérios, é possível ver a estrutura do evento tomando forma. Enquanto isso, no entanto, cresce a tensão em torno da segurança do público e do próprio presidente eleito frente aos recentes episódios de violência causados por bolsonaristas insatisfeitos com o resultado das eleições.A cerimônia começa por volta de 14h, com o tradicional desfile de carro pela Esplanada. Depois, Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), participam de solenidade no Congresso Nacional e partem para o Palácio do Planalto, onde o petista receberá a faixa presidencial. Além do rito oficial, haverá um festival de música com shows de mais de 20 artistas, feira gastronômica e espaço para crianças.A expectativa dos organizadores é que o evento receba cerca de 300 mil pessoas. O setor hoteleiro e o Aeroporto Internacional de Brasília projetam um aumento na movimentação de visitantes durante o período. A cerimônia também deve ter a presença de 17 chefes de Estado, além de representantes de 120 países. Para dar conta da demanda, o Governo do Distrito Federal disponibilizará 100% das forças de segurança para atuar no dia do evento.Roteiro da posse de Lula
Roteiro
A cerimônia oficial começa por volta de 14h, momento em que as autoridades e convidados vão se deslocar para o Senado Federal. Ao mesmo tempo, Lula e Alckmin chegam à Catedral Metropolitana, de onde sairá o cortejo rumo ao Congresso Nacional. O desfile, tradicionalmente feito em carro aberto, está previsto para iniciar às 14h30.Às 15h, no Congresso, ocorre a sessão solene de posse. O evento prevê a assinatura do termo de posse presidencial, o juramento à Constituição e discursos de Lula e do presidente do Congresso Nacional.Depois, os dois seguem para o Palácio do Planalto, quando vão subir a rampa e passar pela tradicional cerimônia de passada de faixa. Em seguida, Lula fará um novo discurso no Parlatório.O presidente eleito ainda deve se reunir com autoridades e chefes de Estado no Salão Nobre do Palácio do Planalto. Ao final, os ministros tomam posse e posam para uma foto oficial.Segurança
Faltando menos de uma semana para o grande evento, explosivos foram encontrados em duas regiões de Brasília. No sábado (24/12), as forças policiais interceptaram a tentativa de detonação de uma bomba em um caminhão de querosene no Aeroporto de Brasília.O dispositivo foi armado pelo empresário bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos. Com o suspeito, policiais encontraram um arsenal composto por armas e explosivos. Ele confessou que planejava outros ataques pela capital.No dia seguinte, o esquadrão de bombas do Batalhão de Operações Especiais da PMDF encontrou um outro dispositivo explosivo no Gama, próximo à região central de Brasília. Os agentes ainda investigam se os dois casos têm relação.Os episódios acenderam mais um alerta em relação à segurança no dia da posse, que já vinha sendo pressionada após os atos de vandalismo na capital promovido por um grupo bolsonarista, no dia 12 de dezembro. Eles protestavam contra a prisão do Cacique Tserere, investigado por incitar atos contra o resultado das urnas. Na ocasião, os extremistas tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF).Em entrevista nessa terça-feira (27/12), o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que o DF contará com 100% das forças de segurança mobilizadas para atuar no dia da posse, conforme havia sido antecipado pelo Metrópoles.O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), disse que a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) conversa com o Exército para “acelerar a desmobilização” de bolsonaristas no acampamento do Quartel General em Brasília. De acordo com o chefe do Executivo local, já foram retiradas 40 barracas e a ideia é que até o dia da posse haja maior redução “de forma natural”.O esquema de segurança também contará com policiais à paisana em meio ao público, snipers e barreiras antidrones.O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou que pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) a proibição do porte e posse de armas por pelo menos cinco dias, em todo o Distrito Federal. A intenção é que a medida comece a valer nesta quarta-feira (28/12) e vá até o dia 2 de janeiro de 2023.Tradições
A posse de Lula promete mexer com algumas tradições, a começar pelo desfile em carro aberto a bordo do Rolls-Royce. O primeiro problema é que o conversível preto, modelo Silver Wraith, foi danificado durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) e pode não ser usado no evento. A segunda questão diz respeito à segurança do presidente eleito. A equipe que cuida da posse presidencial analisa a possibilidade do petista desfilar em um carro blindado por causa dos recentes atos de violência de bolsonaristas em Brasília.Outra quebra de tradição da cerimônia é a passada da faixa presidencial, que geralmente é feita pelo mandatário anterior para o que está entrando. No entanto, tudo indica que Bolsonaro não vai entregar o item ao adversário. O atual chefe do Executivo deve viajar nesta quarta-feira (28/12) para escapar da responsabilidade, conforme apurou a coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles. O vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos), também indica que não participará do evento.Diante da situação, o entorno de Lula estuda possibilidades para substituir as autoridades na cerimônia. Uma alternativa seria trazer um grupo de pessoas que representassem a diversidade da população brasileira — mulheres, negros, indígenas —para entregar a faixa ao novo presidente.Outra opção é a cerimônia ser tocada por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, ou Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado. Oficialmente, essa seria a hierarquia a ser seguida. Ambos os políticos se mostraram abertos a recepcionar o presidente eleito na solenidade. A questão deve ser definida nos próximos dias.Por fim, a posse também pode render uma outra cena inédita. Existe a expectativa de que Resistência, uma vira-lata adotada por Lula e a futura primeira-dama, Janja Silva, suba a rampa do Palácio do Planalto ao lado do presidente eleito.“Lulapalooza”
Batizado nas redes sociais de “Lulapalooza”, o Festival do Futuro é um evento de música que acontecerá antes e depois da cerimônia oficial de posse. As atividades culturais terão início a partir das 10h, com um intervalo às 13h para o rito protocolar, e serão retomadas às 18h30, com os shows de diversos artistas.Ao todo, 62 já estão confirmados. Entre os destaques, Baiana System, Chico César, Duda Beat, Ellen Oléria, Fernanda Takai, Flor Gil, Maria Rita, Margareth Menezes, Martinho da Vila, Pabllo Vittar, Otto, Teresa Cristina, Valesca Popozuda, Zélia Duncan, entre outros. Ainda há previsão de participação de Lula no local destinado ao evento e transmissão on-line.Ao longo da Esplanada dos Ministérios estão sendo montados dois palcos, em homenagem a Gal Costa e Elza Soares, que morreram em 2022. Neles, as apresentações acontecerão de forma alternada. Veja algumas atrações confirmadas:Pabllo Vittar
Baiana System
Duda Beat
Gaby Amarantos
Martinho da Vila
Gilsons
Chico César
Luedji Luna
Teresa Cristina
Fernanda Takai
Johnny Hooker
Marcelo Jeneci
Odair José
Otto
Tulipa
Almério
Maria Rita
Valesca PopozudaAlém dos shows, o evento contará com uma feira gastronômica, com pratos típicos da culinária popular brasileira. O espaço será montado no gramado central da Esplanada e terá 40 stands de alimentação, 15 bebidas e drinks e 10 food trucks. Os organizadores também disponilizarão estações com água potável gratuita para o público.Por fim, haverá um local reservado para as crianças, o Espaço Curumim, com monitores e brincadeiras tradicionais.Público
Organizadores da cerimônia de posse estimam que cerca de 300 mil pessoas devem comparecer ao evento. O público pode ser maior do que o da posse de Jair Bolsonaro, em 2019, que contou com 115 mil espectadores.A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) prevê que os estabelecimentos da categoria tenham ocupação de 90% em dezembro. Alguns hotéis da capital federal já estão sem vagas para o dia 1º de janeiro.O Aeroporto Internacional de Brasília estima receber 150 mil passageiros entre a véspera de Ano Novo e os primeiros dias de janeiro. Além de voos comerciais, o terminal espera receber também aviação executiva. Já as aeronaves de chefes de Estado e representantes diplomáticos serão recepcionadas pela Base Aérea de Brasília, como prevê o protocolo. Após a tentativa de ato terrorista, no último fim de semana, a Inframerica anunciou o reforço na segurança do aeroporto.Além disso, movimentos sociais organizam caravanas vindas de todo o país para prestigiar o presidente eleito. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) informou que ao menos 10 mil militantes se deslocarão para a capital.De acordo com a coluna Igor Gadelha, do Metrópoles, alguns espaços foram reservados para receber os apoiadores, com espaço para montar barracas e colocar colchões. São eles: Parque da Cidade, que vai abrigar ao menos 15 mil pessoas, parque da Granja do Torto, com 6 mil petistas e estádio Mané Garrincha, com espaço para até 10 mil petistas.Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.Fonte: Metrópoles