

Se tem uma novela que marcou muitas gerações, sem dúvidas, foi “Malhação”. A trama teen, que mesmo fora do ar na TV aberta continua fazendo sucesso no Globoplay, vai ganhar uma nova temporada no catálogo da plataforma de streaming da Rede Globo. Trata-se da edição “ID”, marcada pela participação de Fiuk. No entanto, o folhetim em questão passou longe das expectativas e, com diversos problemas, acabou não dando muito certo.Ricardo Hofstetter, que ao longo de muitos anos ocupou o posto de autor de “Malhação”, abriu o jogo e revelou o que aconteceu para trama ter dado muito certo: “Houve um problema no início. A ideia de levada da novela, proposta pelo diretor geral, meu querido, saudoso e infelizmente já falecido Mário Márcio Bandarra (1955-2021), não funcionou e tivemos que mudar. Isso atrapalhou um pouco os números. E, em em novelas, quando uma audiência começa mal, é difícil recuperar. Mas no final deu tudo certo e conseguimos uma audiência até acima da esperada pela emissora”, disse ele em entrevista concedida ao portal NaTelinha.“Pelo lado artístico, entretanto, foi maravilhoso. Tivemos um elenco incrível e lançamos o Fiuk como ator (antes era só cantor). Contamos também com as atuações preciosas da Cristiana Peres (hoje Ubach), Leandro Hassum, Caio Castro, Júlia Bernat e seu pai Isaac, Olívia Torres, Flávio Bauraqui, Johnny Massaro, Zé de Abreu, Virgínia Cavendish, Graziela Schmitt e muitos outros, todos fantásticos. É uma fase que vale a pena assistir”, continuou.Na sequência, Hofstetter chegou a usar a palavras “desandou” para descreveu o ocorrido durante as gravações: “Foi uma experiência somente na forma de gravar. Era uma câmera nervosa, na mão, que ‘entrava’ no meio das cenas; e os atores podiam dizer o texto do seu jeito. Não funcionou e o ritmo das cenas desandou. Aí voltamos ao padrão TV aberta e tudo se resolveu”.Ao ser questionado se mudaria algo em “Malhação ID”, o autor disparou: “Não mudaria nada na história. A trama possibilitou discutir assuntos importantes como desigualdade social, corrupção, desvio de verbas públicas e preconceito, assuntos, infelizmente, ainda atualíssimos. Fizemos uma apresentação dos personagens principais diferente, com cada um deles se apresentando diretamente para a câmera, o que deu muito certo. Brincamos com o stand-up comedy, que estava começando na época, e o quadrilátero amoroso com Bernardo, Cristiana, Bia e Tati funcionou muito bem”.Por fim, Ricardo Hofstetter revelou a sua edição favorita da trama teen: “Foi a de 2004, a fase da Vagabanda, que também foi a de maior audiência histórica do programa, conseguindo média de 32 pontos e, em alguns dias, batendo a audiência da novela das oito. Foi a primeira fase em que os personagens principais eram músicos e acho que a entrada da música na trama agregou muito valor à história. Fizemos histórias memoráveis e cheguei a receber uma carta de agradecimento do TCU (Tribunal de Contas da União) por conta da trama de desvio de verba da merenda escolar em escolas públicas”.Fonte: Em off