Abrir o coração e fazer revelações de sua vida pessoal nunca é fácil. Ainda mais sendo uma pessoa conhecida e esse episódio ser uma recordação não muito boa. Mas Mônica Martelli resolveu abrir seu coração e relembrar um momento difícil em especial: o dia em que foi estuprada pelo então namorado, quando tinha apenas 14 anos. A atriz conversou com Giovanna Ewbank e Fernanda Paes Leme ao participar do podcast ‘Quem Pode, Pod!’.Quando o assunto surgiu, Mônica, hoje com 54 anos, recordou que era apaixonada pelo rapaz: “Eu tinha 14 anos e não foi fácil. A questão é a seguinte: Eu sou de uma época em que você ter uma luta corporal com o menino era normal. Em que sentido? [No sentido de que] você beijava o menino, ela vinha com a mão no peito. Você tirava a mão no peito, ele [colocava] a mão na bunda. Então você passa a noite beijando e na luta corporal, entendeu? E isso era normal”, começou a atriz.Em seguida, ela lembrou o momento do abuso: “Aí, a primeira transa foi assim, foi essa luta corporal, mesmo eu sendo apaixonada. Quando eu entendi e nós entendemos de pouco tempo para cá, que teve essa conscientização maior, que estupro é você simplesmente não querer. Se você fala ‘não’ e ele forçar é estupro. Ali eu falei ‘então eu fui estuprada’. Eu não queria, foi essa luta corporal”, detalhou.Logo depois, ela voltou a afirmar que não queria aquilo: “Acabou que rolou, foi legal, eu era apaixonada pelo cara, mas eu não queria, não queria naquele dia, naquele lugar. E quando a gente estava falando sobre estupro, porque na minha cabeça, na minha geração, o que que é estupro? É um beco escuro, um cara com capuz e uma faca”, comparou Mônica.Em outro momento, Giovanna e Fernanda questionaram se a atriz tinha tentado terapia de casal antes de se divorciar. Ela, então, confirmou: “Já. Foi difícil. Separou. Não, foi difícil. Terapia de casal tem essa fama [de causar a separação], mas eu não acho que a gente deve acreditar nisso, eu acho que cada caso é um caso, cada casal é um casal”, disse Mônica.Giovanna, então, afirmou que seu casamento com Bruno Gagliasso foi salvo por conta do acompanhamento de um especialista. Após essa afirmação, a atriz seguiu com seus pensamentos: “Eu não acho que tem que ter esse preconceito com terapia de casal. Eu, quando fui fazer terapia de casal, já fazia terapia há muito tempo. Então, eu já estava, tipo, na pós-graduação e ele estava alfabetizando. Então, foi um choque pra ele tudo que eu falei, que eu já tinha muita coisa elaborada”, recordou, antes de completar:“Porque as nossas crises eu falava, toda semana, falava, falava. Ele não ouvia. Então, foi meio chocante por isso, mas eu acho que nos ajudou a ter uma separação mais digna”, declarou Mônica. Entre outros assuntos, elas também comentaram sobre a necessidade de parar um pouco e ter um tempo livre. Impaciente, a atriz disse que tem melhorado muito nesse aspecto:“Que hoje é a coisa que eu mais prezo, eu não quero ter obrigação de me sentir produtiva todo tempo. Que é uma coisa, uma cobrança que a gente faz o tempo inteiro. A gente acorda devendo e dorme devendo. É uma coisa é louca. Eu não quero mais me sentir nessa obrigação. Tem que ser produtiva, entendeu? Outro eu estava falando pra alguém lá em casa o seguinte: eu comprei um sofá caríssimo e nunca sentei no sofá, que eu estou sempre em pé, zaralhada, atrás de alguma coisa. Não dá”, disparou.Na sequência, Mônica contou que as pessoas se sentem culpadas por darem uma pausa: “Você senta pra ler um livro acham que você não tá fazendo nada. Inclusive, você acha isso também ‘gente, eu tô parada, não tô fazendo nada’. Estou lendo um livro. Eu preciso do tempo ócio, eu preciso ler um livro”, encerrou, afirmando que tem se programado para ter mais momentos assim: “Estou me programando, estou aprendendo”.Fonte: Em off