Após essa coluna noticiar, com exclusividade, que Marcão do Povo ganhou o processo movido por Ludmilla, que o acusava de injúria racial, a cantora decidiu se pronunciar sobre a decisão da Justiça. Em entrevista para o colunista Hugo Gloss, a artista afirmou que se sentiu ofendida e que vai recorrer. “Meus advogados estão preparando recurso cabível”, disse.“Mais um dia difícil na vida de quem luta contra o preconceito. Surpreendentemente, mesmo após a utilização dos termos ‘pobre e macaca’ contra mim, o Juízo da 3ª Vara Criminal de Brasília entendeu que não houve, por parte do apresentador Marcão do Povo, a intenção de ofender. Pois eu digo: ofendeu sim”, rebateu.Revoltada, a funkeira destacou que sequer conhecia o jornalista. “Eu, quieta, na minha, do nada vem um racista me atacando em rede nacional. Não podemos descansar até que seja feita justiça. Não conheço este senhor e nunca troquei uma palavra com ele para receber qualquer insulto. Entendam de uma vez por todas: mesmo quando eu estou na cadeira de vítima dão um jeito de me sentar na de vilã”, desabafou Lud.Nesta terça-feira (28), o âncora do ‘Primeiro Impacto’, no SBT, Marcão do Povo comemorou a vitória contra a intérprete de Maldivas e chegou a se emocionar. Chorando, ele falou: “quero agradecer a todas as pessoas que nunca desistiram da verdade ou de mim”. O caso aconteceu em 2017, enquanto ele apresentava o programa ‘Balanço Geral DF’, na Record TV. Após a repercussão, a emissora encerrou seu contrato e o demitiu.“Passei por uma tempestade na minha vida quando fui mal interpretado e acabei sendo esculachado, humilhado no Brasil inteiro. Mentiram sobre mim, editaram e reeditaram o vídeo, me difamaram. Por muito tempo, muitas pessoas olhavam com cara feia para mim. Não me julgaram, me condenaram” concluiu.No Twitter, o assunto ficou entre os mais falados do Brasil, com a hashtag “Ludmilla merece respeito”. “Ainda dizem que no Brasil é só denunciar, sendo que o próprio sistema da Justiça é racista”, “a Ludmilla já falou sobre e eu tô com tanta vontade de abraçar ela”, “entendam que: RACISMO NÃO É LIBERDADE DE EXPRESSÃO” e “isso é um absurdo, o judiciário no Brasil é uma piada, um crime com provas sendo cometido e ser tratado como ‘comentário Jornalístico’”, foram algumas das reações dos internautas.Seis anos após causar perplexidade ao se referir à cantora Ludmilla como “pobre e macaca” durante o telejornal ‘Balanço Geral DF’, da Record TV, e ser denunciado pelo Ministério Público por injúria racial, Marcão do Povo acabou levando a melhor e foi inocentado pela Justiça. A sentença foi dada na última segunda-feira (20), pelo juiz Omar Dantas Lima, da 3ª Vara Criminal de Brasília, que destacou a inexistência de provas concretas contra o apresentador.O magistrado relatou que, diante de tudo o que foi apresentado em juízo, não é possível afirmar que a fala do jornalista teve o objetivo de ofender Ludmilla: “Não existe uma prova segura do dolo específico da agente e no sentido de injuriar o ofendido. De acordo com a jurisprudência, para a configuração dos crimes previstos nos artigos. 139 e 140 do Código Penal, é necessária a presença do elemento subjetivo do tipo que é dolo específico, ou seja, a intenção de ofender a honra alheia. DECISÃO: Apelo defensivo provido. Unânime. Vale ressaltar que o presente ato decisório não obsta que a vítima venha buscar reparação de natureza cível em decorrência dos fatos em questão. Contudo, estando ausente o dolo específico do tipo penal da injúria, conforme evidenciado nos autos, impõe-se a absolvição do acusado”.Na época, diante da grande repercussão da fala polêmica, Marcão do Povo chegou a se desculpar, mas não conseguiu convencer e acabou sendo demitido da Record TV. Por meio de um comunicado, a emissora de Edir Macedo informou: “a Record TV vem a público lamentar os transtornos causados à cantora Ludmilla, sua família e seus fãs motivados por um comentário feito pelo apresentador Marcão no ‘Balanço Geral DF’”.Fonte: Em off