Anunciado nesta terça-feira (15/8), o reajuste de 20% no valor pago pelos servidores no plano de saúde do Governo do Distrito Federal deve impactar 90% dos 85 mil usuários do convênio. Destes, cerca de 30 mil são da Secretaria de Educação. Os servidores da pasta são os que mais utilizam o plano. Em 2022, eles usufruíram de mais de 392 mil atendimentos.De acordo com balanço do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores (Inas), entre os usuários estão servidores ativos, inativos, pensionistas e dependentes. As contribuições para servidores ativos sairá de valores entre R$ 400 e R$ 1 mil por pessoa para o mínimo de R$ 490 e o máximo de R$ 1.190.Para os dependentes, havia distinção se o servidor titular era da ativa ou da inativa, com valores que variavam entre R$ 200 e R$ 400. Agora, só a idade será levada em conta. As mensalidades ficarão entre R$ 230 e R$ 490.O reajuste no valor do plano passará a ser descontado já na folha de pagamento de setembro, ou seja, terá impacto no salário pago em outubro. De acordo com o Inas, não haverá parcelamento do aumento.Repercussão entre professores
Recém-retornados de uma greve de 22 dias — realizada em maio deste ano —, os educadores não receberam bem a notícia do reajuste. Diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Samuel Fernandes afirma que a classe esperava tratativas antes de o aumento no valor do plano ser, de fato, consolidado.“Pegou todos de surpresa. É a forma do governo de tratar os servidores públicos, sem diálogo, reajustando o plano de saúde com a publicação de uma portaria no DODF”, disse.Recentemente, os professores do DF receberam, além do aumento de 18% concedido a todos os servidores públicos, incorporação da Gratificação de Atividade Pedagógica (Gaped) à remuneração de profissionais da ativa, aposentados e pensionistas — fruto das negociações para o fim da greve de maio.A proposta foi aprovada em plenária da Câmara Legislativa (CLDF) nessa terça. O texto prevê a incorporação integral da Gaped e da Gase em seis parcelas de 5% cada, sendo 25%, partir de 1º de outubro de 2023 e, posteriormente, em janeiro e julho dos próximos anos. A gratificação representa 30% do vencimento básico dos professores e orientadores educacionais.Salário dos professores do DF com reajuste: piso de R$ 6,5 mil, teto de R$ 9,8 milTentativa de reversão
Ainda na terça, horas após a divulgação do aumento no valor do GDF Saúde, o deputado distrital Gabriel Magno (PT) apresentou um projeto de decreto legislativo para tentar suspender a medida.Segundo o deputado, haveria R$ 143 milhões em caixa e, por isso, não haveria justificativa para o reajuste. Em plenária, Magno destacou que as despesas do plano, no ano passado, num total de R$ 352 milhões, foram totalmente custeadas pelas contribuições dos beneficiários.Procurado, o Inas afirmou que as informações não procedem. “Toda a receita arrecadada no ano de 2022 foi utilizada para custeio das despesas do plano. Só a receita com as contribuições do GDF foi de R$ 230 milhões. Os beneficiários contribuíram com R$ 275 milhões para o custeio do plano”, diz a pasta em nota.Outras pastas
O balanço foi obtido pelo Metrópoles via Lei de Acesso à Informação (LAI). Segundo os dados, depois dos profissionais da Educação, os servidores da Saúde são os que mais utilizaram o plano do GDF.Veja os números de atendimentos feitos, em 2022, para as principais pastas:Secretaria de Educação: 392.062 atendimentos
Secretaria de Saúde: 198.036 atendimentos
Polícia Civil: 87.740 atendimentos
Instituto de Previdência dos Servidores do DF: 62.809 atendimentos
Secretaria de Justiça e Cidadania: 16.196 atendimentos
Outros: 86.870 atendimentos
Total de atendimentos: 843.713Fonte: Metrópoles