São Paulo – Alunos de medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa) que estavam presentes no ginásio Milton Olaio Filho, em São Carlos, no interior de São Paulo, durante jogo de vôlei feminino entre as equipes da Unisa e da medicina São Camilo, em abril deste ano, negam que tenham praticado um ato de masturbação coletiva.O episódio, que ocorreu durante o torneio universitário Copa Calo, viralizou nas redes sociais durante o último final de semana e ganhou o apelido de “punhetaço”. Nessa segunda-feira (18/9), a Polícia Civil de São Paulo instaurou um inquérito para identificar os envolvidos.Alunos da Unisa que testemunharam o ocorrido afirmam ao Metrópoles que o gesto de abaixar as calças e mostrar o pênis teria sido uma resposta a provocações feitas pela torcida adversária. Segundo eles, estudantes da medicina São Camilo exibiram as nádegas durante a partida.“São Camilo estava mostrando a bunda para a gente o jogo inteiro, moleques e meninas (veja abaixo). Então os caras falaram para os calouros: ‘Estão mostrando a bunda? Vamos mostrar o pau’. Foi uma resposta natural. Ninguém bateu punheta, ninguém fez nada”, diz um aluno da Unisa que pediu para não ser identificado.De acordo com o estudante, o caso tomou uma repercussão maior porque os alunos da São Camilo não estavam acostumados com esse tipo de “provocação”, que, segundo ele, é normal.“A São Camilo é uma faculdade que não faz parte dos jogos. Então eles não estão muito acostumados com essas atrocidades. Acho até que foi um erro ter ficado pelado na frente deles porque eles não estão acostumados. Se fossem outras faculdades na nossa frente, que estão acostumadas, elas iam rir, xingar e só”, afirma.Tradição
Uma aluna da Universidade Santo Amaro, que também pediu sigilo, confirmou ao Metrópoles que a prática de mostrar o pênis é algo comum entre os estudantes de Medicina da instituição. Segundo ela, isso ocorre em todo torneio universitário.“Existe essa tradição, todo mundo acha normal. Os bichos ficam pelados e correm em volta do ginásio. Às vezes acontece no próprio alojamento. Mas é algo com consentimento. Faz quem quer. Os colegas não filmam, nem nada. Existe um respeito”, diz a estudante.Um aluno que já participou de um desses rituais diz ao Metrópoles que a experiência é importante para “perder a vergonha”.“Na minha época, foi na praia. Então era mais várzea. Foi no meio das outras faculdades, sem encostar em ninguém, claro. Fazem um corredor, dão uns tapas na gente e é isso. Participa quem quer, ninguém é obrigado”, diz ele. “Por um lado é até bom, você perde a vergonha, fica mais de boa. Também tem todo o contexto. É uma faculdade de Medicina. Então você está acostumado a ver pênis. Deixa de ser um negócio problemático. Perde esse viés sexual”, conclui.“No caso do vídeo da quadra, que também viralizou, aquilo aconteceu quando o ginásio estava vazio. Eles esperaram a torcida adversária sair para dar a ‘volta olímpica’. Provavelmente quem filmou foi alguém da organização”, diz.Alunos expulsos
O Metrópoles apurou que a direção da Unisa, que fica na zona sul da capital paulista, já identificou seis alunos e decidiu expulsá-los da universidade nesta segunda-feira. Os nomes deles não foram divulgados.A reitoria da instituição só teria tomado conhecimento do episódio nesta segunda, após a publicação da reportagem, e decidiu desligar os estudantes identificados rapidamente. A Unisa deve divulgar um comunicado oficial sobre o caso apenas nesta terça-feira (19/9).Fonte: Metrópoles