Apesar de a depressão estar ligada diretamente a fatores genéticos, cientistas da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, descobriram que ter um estilo de vida saudável que envolva atividades físicas, conexão social, sono de qualidade e uma dieta saudável pode diminuir o risco de desenvolver a doença. O estudo foi publicado na revista Nature Mental Health na última segunda-feira (11/9).
“Embora a estrutura de DNA que nos foi dada possa aumentar o risco de ter depressão, demonstramos que um estilo de vida saudável é potencialmente mais importante do que o fator genético”, afirma a co-autora do estudo, Barbara Sahakian, em comunicado à imprensa.
“Alguns desses fatores são coisas sobre as quais temos certo controle, como garantir uma boa noite de sono e sair para ver os amigos”, acrescenta a pesquisadora.
A equipe de cientistas apontou sete fatores capazes de diminuir consideravelmente o risco de desenvolver a doença. São eles:
Ter uma dieta saudável;
Praticar atividade física regular;
Evitar o tabagismo;
Limitar o consumo de álcool a quantidades moderadas;
Ter conexão social frequente;
Dormir adequadamente;
Evitar o sedentarismo.
Foram analisados os dados de quase 290 mil pessoas no Biobank do Reino Unido – grande estudo que investiga a predisposição genética e a exposição ambiental para o desenvolvimento de doenças – durante nove anos. Delas, 13 mil sofreram com depressão.
Os participantes foram divididos em três grupos com base em quatro fatores de estilo de vida. As categorias foram desfavoráveis (que adotam poucos hábitos benéficos), intermediárias e favoráveis.
Grupo de risco para depressão
Segundo o estudo, as pessoas do grupo intermediário tinham 41% menos probabilidade de desenvolver a doença em comparação com aquelas que estavam no desfavorável. Já os participantes que ficaram no grupo favorável apresentaram 57% menos chances de ter depressão.
De todos os fatores de estilo de vida saudável apontados pelo estudo, os autores constataram que dormir bem era o mais importante. Segundo a pesquisa, descansar entre sete a nove horas por noite reduz o risco da doença, mesmo em quadros de depressão resistente ao tratamento, em 22%.
Os pesquisadores não souberam explicar exatamente como os fatores ajudam a prevenir o desenvolvimento da doença e ressaltam ainda a importância do acompanhamento psicológico como forma de prevenir a depressão.
No Brasil, estima-se que a prevalência da doença esteja em torno de 15,5%, de acordo com artigo do Ministério da Saúde.
Fonte: Metrópoles