Um vídeo ganhou as redes sociais ao mostrar um grupo de jovens brancos e negros fazendo passinho ao som de Blank Space, de Taylor Swift, na Pedra do Sal, no Rio de Janeiro. O que viralizou como algo divertido para muitos, gerou também debates sobre embranquecimento de pontos da cultura negra na cidade e o processo de gentrificação — que transforma áreas urbanas populares em espaços mais caros, tornando o local inacessível para o público que o ocupou em primeiro lugar.Uma das sequências de tuítes mais emblemáticas sobre o assunto do embranquecimento de locais popular e historicamente negros sugere que brancos não frequentem esses espaços. No desdobramento, o usuário afirma que “a juventude esquerdista branca carioca é um câncer destruidor e egoísta” e deseja “que todos os presentes no vídeo sofram um acidente e fiquem sem andar um tempo para refletir a cagada”.Outra pessoa ressaltou que o endereço tem sido frequentado por brancos há anos. “A mina se ofendeu porque a Pedra do Sal embranqueceu. Fia, isso é antes de você. A Pedra do Sal é um local histórico de dor, mas de resistência cultural. Seu rolê foi só um exemplo do que vem acontecendo há anos. Mas quando não tivermos mais nenhum símbolo, vão perguntar como deixamos isso acontecer”, analisou.Do outro, a mulher que lidera a dança revelou ter ficado feliz com o viral, mas surpresa com a repercussão problemática. Renata, como ela se identifica na rede social, pontuou ainda que gentrificação não seria sobre dançar Taylor Swift no local, mas sim “um projeto econômico”. Ela pontuou ainda que a rua em que a Pedra do Sal fica localizada “toca de tudo”, visto que um dos problemas debatidos também foi a escolha da artista, visto que o espaço é tradicionalmente conhecido pelo samba.Além dela, outras pessoas defenderam que é comum ouvir outros estilos de música no espaço, que costumam tocar no intervalo dos sambas. Outros chegaram a dizer que iriam embora se chegassem e ouvissem a cantora pop no som. Nessa linha, um usuário destacou a necessidade de mudar esses novos comportamentos.“O Rio de Janeiro acabou! A Pequena África virou um lugar repleto de maldições e péssimos costumes. A cultura popular precisa recuperar o ambiente e torná-lo novamente a voz do samba. É dever ético, civil e moral ser contra essa patifaria.”Fonte: Metrópoles