O número de novos casos de Covid-19 segue em ascensão em algumas partes do mundo após o surgimento de novas variantes do coronavírus, como a Éris (EG.5) e Pirola (BA.2.86).
No Distrito Federal, foram registrados 626 novos casos da doença em uma semana, com a taxa de transmissão subindo para 1,36 nessa quarta-feira (6/9), segundo dados da Secretaria de Saúde do DF.
Autoridades em saúde ressaltam a necessidade de a população não vacinada, ou que está com doses em atraso, garantir a imunização para evitar a ocorrência de casos graves, hospitalizações e transmissão para pessoas com o sistema imunológico mais fragilizado.
“Uma das nossas maiores preocupações é o baixo nível de indivíduos em risco que receberam recentemente uma dose da vacina contra a Covid-19. Nossa mensagem é para não esperar para receber uma dose adicional se ela for recomendada a você”, afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (6/9).
De acordo com a OMS, as hospitalizações pela doença estão aumentando em várias regiões do mundo: as internações em unidade de terapia intensiva (UTI) cresceram na Europa e o número de mortes está subindo em algumas partes do Oriente Médio e da Ásia.
“O aumento de hospitalizações e mortes mostra que a Covid-19 veio para ficar e que continuaremos a precisar de ferramentas para combatê-la”, comentou Ghebreyesus.
Globalmente, não existe uma variante dominante. Os dados da OMS mostram que a Éris (EG.5) está em alta, enquanto as subvariantes XBB estão em declínio. A Pirola (BA.2.86) foi detectada em pequenos números em 11 países.
Vacinação
O virologista Fernando Spilki, coordenador da Rede Corona-Ômica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), acredita que o programa de vacinação com reforços anuais tende a se consolidar como a melhor alternativa para manter a população protegida contra quadros graves e aumento de hospitalizações e mortes. “A alternativa correta vem sendo adotada”, afirma Spilki.
Novas vacinas
A Pfizer e a Moderna sinalizaram, na quarta-feira, que as versões atualizadas de suas vacinas geram uma forte resposta contra a Pirola (BA.2.86). A linhagem descendente da Ômicron tem mais de 35 mutações na proteína spike, o que aumenta a preocupação sobre ela.
A vacina da Pfizer/BioNTech gerou uma forte resposta de anticorpos neutralizantes contra a variante em um estudo em estágio pré-clínico feito com camundongos.
Já o imunizante da Moderna provocou um aumento de 8,7 vezes o número de anticorpos neutralizantes gerados contra a linhagem do coronavírus, em comparação aos anticorpos produzidos após a infecção.
Outras medidas de proteção contra novas variantes
Além da vacinação, é importante que a população volte a prestar atenção em outros cuidados gerais de higiene cotidiana, como lavar as mãos com água e sabão ou álcool, manter os ambientes ventilados, e usar máscara quando estiver com sintomas ou convivendo com pessoas com sintomas respiratórios.
O virologista Spilki ressalta ainda a necessidade urgente de os estados retomarem a publicação dos painéis de acompanhamento do número de casos, internações e óbitos. “Em muitas regiões isto foi abandonado e ficamos navegando, em parte, às escuras”, considera.
Fonte: Metrópoles