“Eu não quero morrer”, disse Shahed Al -Banna, de apenas 18 anos, em entrevista para a GloboNews, nesta sexta-feira (13/10). A jovem é uma dos 20 brasileiros que vivem uma situação crítica no epicentro dos confrontos entre o grupo extremista e o governo israelense: a Faixa de Gaza.
“A situação está desesperadora, está difícil. As crianças estão chorando. Eu estou em uma escola. E a irmã da igreja disse que a escola não é mais um lugar seguro. Não podemos mais ficar aqui, os israelenses vão atacar todos os lugares”, disse Shahed, desesperada.
Atualmente Shahed se encontra em uma escola onde outros brasileiros também se abrigam. Na quarta-feira (11/10), a jovem disse ter ido para a casa da tia, se abrigar dos bombardeios. Na manhã de sexta, ela se juntou a um grupo de brasileiros e palestinos, em uma escola da região. Mas segundo relatos, eles foram orientados a sair do local, mesmo sem terem para onde ir.
“Eles mandaram o povo de Gaza sair. Todos os brasileiros aqui estão desesperados, não sabemos para onde ir. Temos que ir para o Sul, mas não sabemos quem vai nos receber. Não temos o que fazer, não sei”, afirmou.
De acordo com as apurações do jornalista Cesar Tralli, junto a fontes diplomáticas, os brasileiros estão sendo levados para a cidade de Khan Yunnis, a 10 quilômetros da fronteira de Gaza com o Egito. O grupo ficará hospedado nas casas de moradores locais.
As autoridades brasileiras estão tentando negociar a retirada do grupo pela fronteira do Sul, além de uma solicitação formal a Israel para que não bombardeie a escola onde estão os brasileiro. “Eles estão esperando autorização há quatro dias. Estou há seis dias sem dormir. Estou tonta, já não sei mais o que pensar, já não sei o que fazer”, relatou Shahed.
Juntos da jovem, na escola, estão 11 crianças, 5 mulheres e 3 homens. De acordo com Shahed, todos apresentam receios do caminho até o sul, em meio a tantos bombardeios.
Fonte: Metrópoles