O HDL, também conhecido como colesterol bom, é um importante elemento para o funcionamento eficiente do corpo.
Ele remove as moléculas de gordura dos vasos sanguíneos e as direciona para o fígado, onde são metabolizadas e eliminadas, ajudando a prevenir doenças cardiovasculares.
Em geral, recomenda-se que os valores do HDL estejam acima de 40 mg/dl. No entanto, níveis muito altos de colesterol bom podem estar relacionados a um risco maior de desenvolver demência, afirmam pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália.
“Em uma população de idosos inicialmente saudáveis, com idade igual ou superior a 75 anos, níveis elevados de HDL foram associados a um risco aumentado de demência no futuro”, contam os cientistas em um artigo publicado na revista The Lancet Regional Health – Western Pacific, na última quinta-feira (29/11).
Colesterol HDL e demência
Os pesquisadores avaliaram dados de 18 mil pessoas com 65 anos ou mais, coletados entre 2010 e 2014. Eles notaram que os participantes com HDL igual ou superior a 80 mg/dL corriam um risco 27% maior de desenvolver demência.
Os idosos envolvidos no experimento não tinham diagnóstico de doença cardiovascular, demência, deficiência física ou doença potencialmente fatal no momento da inscrição no estudo e foram avaliados como cognitivamente saudáveis.
Entre os 18 mil participantes, 850 (4,6%) foram diagnosticados com demência nos seis anos. O risco foi maior para as pessoas com mais de 75 anos.
Qual a explicação?
O estudo é observacional, ou seja, não estabelece relação de causa e efeito. Os autores consideram que mais pesquisas são necessárias para determinar a explicação para a descoberta. No entanto, eles ressaltam a importância dos exames de rotina como uma ferramenta para a identificação de indivíduos com HDL muito alto.
“Os resultados fornecem evidências de que níveis muito elevados de HDL estão associados ao risco incidente de demência tanto em homens como em mulheres mais velhas, e que esta associação parece ser independente dos fatores de risco de demência tradicionais e de fatores genéticos”, afirmam.
Fonte: Metrópoles