Com o aumento expressivo de casos de dengue no país, o repelente se tornou um item de primeira necessidade para a prevenção da picada do mosquito Aedes aegypti.Embora as farmácias disponibilizem uma variedade de produtos, algumas pessoas acabam recorrendo a receitas caseiras. Entre elas destacam-se o uso de óleos de plantas conhecidas por espantar os mosquitos – como a citronela, lavanda ou melaleuca –, vinagre de maçã, e a ingestão de vitaminas do complexo B ou de limão com cravo.No entanto, não há evidências de que os repelentes caseiros realmente oferecem proteção ou se o indivíduo ficaria a salvo do mosquito por períodos prolongados.Apesar de elementos de algumas das plantas estarem presentes na composição de repelentes industrializados comprovadamente efetivos, o uso de chás e óleos naturais pode ter a eficácia variada de acordo com o manejo da planta (que não são produzidas de forma padronizada).O infectologista Julio Croda, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), esclarece que, por mais que as velas com citronela ou fórmulas caseiras de repelente afastem os mosquitos no primeiro momento, não há comprovação sobre a duração do efeito. Por isso, o usuário seria obrigado a fazer a reaplicação várias vezes ao longo do dia, mesmo sem saber se o produto está, de fato, funcionando.O médico André Bon, infectologista do Hospital Brasília Águas Claras, explica que os repelentes caseiros não devem ser utilizados.Segundo Bon, algumas formulações caseiras com cheiro podem acabar atraindo mais mosquitos e aumentar o risco de contrair a dengue. Outro problema é o risco de reações alérgicas. “Os produtos a serem aplicados na pele precisam ser testados para segurança, dado o risco de queimaduras solares graves, alergias ou outras formas de toxicidade aos seres humanos”, esclarece.Qual repelente usar contra dengue?
Os repelentes mais adequados contra o mosquito Aedes aegypti são os com concentrações de icaridina acima de 20% ou de DEET (N,N-Dietil-m-toluamida) entre 20% e 50%.Fonte: Metrópoles