Com a mesma magia que encantou no primeiro filme, Moana 2 chega aos cinemas na próxima quinta-feira (26/11) com uma protagonista mais madura e consciente de suas responsabilidades. Embora não traga grandes inovações narrativas, o longa constrói uma trama envolvente que diverte e emociona na mesma medida que o sucesso de 2016.
O roteiro aposta na simplicidade e em uma fórmula já consagrada. Convocada por seus ancestrais, Moana embarca em uma nova jornada para restabelecer os laços entre o povo de Motonui e outras comunidades. O acerto do filme está em expandir a mitologia do universo, oferecendo mais profundidade à conexão espiritual entre as pessoas e seus ancestrais.
O antagonista da trama, mais uma vez, é uma divindade cujas ações trouxeram desequilíbrio: foi ele quem afastou os povos ao esconder a ilha de Montufetu, ponto central que conectava os oceanos. Embora não apareça diretamente, sua influência é sentida ao longo de todo o filme, especialmente por meio das atitudes da enigmática Matangi.
Entre os novos personagens, o destaque absoluto é Simea, a irmã caçula de Moana. A relação entre as duas é comovente e adiciona um peso emocional à jornada da protagonista, que enfrenta o dilema de deixar Simea para trás enquanto luta para salvar seu mundo mais uma vez.
Desta vez, Moana não está sozinha com Maui: ela reúne uma equipe diversificada para acompanhá-la. Entre os novos aliados estão Kele, um agricultor habilidoso; Loto, especialista na construção de barcos; e Moni, o “músculo” do grupo. Moni, aliás, rouba a cena como alívio cômico, com sua admiração incontrolável por Maui, rendendo momentos memoráveis.
Filme falha em alguns pontos
Quando se trata de filmes da Disney, é impossível ignorar a importância das músicas. Embora bem inseridas na narrativa, as canções desta sequência não alcançam o mesmo impacto icônico de algumas do primeiro filme. A única exceção é Além, interpretada no Brasil por Any Gabrielly, que tem força para se tornar um hit à altura de Saber Quem Sou e é repetida estrategicamente em momentos-chave da trama.
O filme também sofre de um problema originado pelo próprio estúdio. Originalmente planejado como uma série para o Disney+, o projeto foi adaptado para os cinemas após os executivos identificarem seu potencial comercial.
Isso, porém, deixou marcas na estrutura narrativa: é fácil perceber onde cada episódio deveria terminar, com aquela sensação de suspense criada para segurar o espectador até o próximo capítulo. Enquanto isso poderia funcionar bem no formato de série, no cinema resulta em uma expectativa constante que nem sempre é correspondida.
A cena pós-créditos do filme sugere uma nova história no horizonte, algo que se encaixaria perfeitamente no formato de séries — mais ágil em garantir uma continuação. No entanto, no caso de filmes, especialmente os do Disney Studios, o futuro de uma terceira aventura de Moana dependerá do desempenho nas bilheterias.
Ainda assim, a cena, sem revelar detalhes, é intrigante e desperta a empolgação do público, prometendo explorar ainda mais as riquezas do universo da protagonista.
Fonte: Metrópoles