Rogéria Costa, mãe de Miguel Azevedo, também filho do cantor gospel J. Neto, falou pela primeira vez após a morte do jovem. O adolescente morreu, aos 15 anos, no último dia 14 de novembro.
Em uma entrevista exclusiva à coluna Fábia Oliveira, Rogéria abriu o coração sobre a perda do menino e fez algumas acusações contra J. Neto, revelando detalhes de uma relação conturbada entre pai e filho. Segundo ela, Miguel queria “apenas uma família feliz e não um pai bêbado”.
Rogéria Costa contou à coluna que criou Miguel sozinha. Neste ano, no entanto, J. Neto teria ido morar com eles em Guapimirim. Acontece que, o que era pra melhorar a convivência entre pai e filho, acabou se tornando uma coisa conturbada.
Amigo fala sobre a morte do filho de J. Neto: “A cena mais dura”
“Eu criei o José Miguel até os 15 anos sozinha. No final do ano passado o pai prometeu morar com ele. E nesse trâmite, o pai prometeu em janeiro que viria e isso começou a criar uma ansiedade no meu filho. Passou fevereiro, março, abril, maio, junho e julho… Eu chamei o Conselho Tutelar e entreguei pra eles chamarem o pai, a responsabilidade”, disse ela. “Ele foi empurrando com a barriga e isso foi criando a ansiedade dentro do meu filho, e também a depressão. Eu tentei de todas as formas lutar com meu filho. Posso não ter sido melhor mãe do mundo, mas a pior também não fui”, completou.
De acordo com Rogéria, o cantor gospel J. Neto consome bastante álcool. A situação virou um problema na família.
“O pai veio morar aqui em Guapimirim, mas mediante ao consumo de álcool todos os dias, isso estava mexendo muito com a cabeça do meu filho. Não é uma pensão que faz um filho feliz. Ele queria uma família feliz mediante a presença do pai, mas não um pai bêbado, como ele citava”, disparou ela.
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Cantor gospel J. Neto com o filho, Miguel, que morreu aos 15 anos
J. Neto com o filho Miguel
Miguel Azevedo, filho do cantor gospel J. Neto, morreu aos 15 anos
Ainda em entrevista à coluna Fábia Oliveira, a mulher revelou que velou o filho sozinha e criticou a postura de J. Neto. “Eu velei o meu filho sozinha. Ele [J. Neto] chegou no cemitério 1h da manhã, 1h30 ele foi embora dizendo que precisava descansar pra ‘amanhã’ estar bem. E eu passei 50 horas da minha vida acordada, até o último momento. O pai precisava descansar, e eu, como mãe, que me virasse sozinha. Como eu fiz. Me virei sozinha em tudo”, contou.
A mãe de Miguel também abriu o jogo sobre uma briga que pai e filho teriam tido três dias antes da fatalidade. “Três dias antes, teve uma briga entre pai e filho. A sorte é que eu estava lá. Ele apontou o dedo na cara do Miguel”, explicou.
Rogéria Costa detonou J. Neto: “Pagar pensão não quer dizer ser pai. Ser pai é estar ali, presente”. E completou: “Ele vive uma vida promíscua, não tem temor a Deus. E por que eu decidi falar isso agora? Porque eu perdi o que eu tinha de mais precioso. José Miguel levou 70% da mãe dele e deixou os 30% porque eu ainda tenho uma filha de 24 anos, também filha do J. Neto”, falou.
“Vamos parar de hipocrisia, né? Cantar, enganar o povo, chega! Estamos chegando ao fim dos tempos, estamos vivendo o apocalipse, nada mais do que isso. E não adianta dizer que vai pro céu, pro inferno, porque o inferno é aqui aonde a gente está vivendo”, acrescentou ela.
A mãe de Miguel Azevedo ainda entregou: “O José Miguel nasceu no dia do aniversário do pai, foi o presente que eu dei pro pai. E eu tenho certeza que toda vez que chegar no dia 27 de agosto, ele vai lembrar que o filho não está mais ali com ele”.
Por fim, ela lamentou o fato do cantor gospel ter “comemorado” que estava ganhando seguidores após as notícias do falecimento do adolescente. Em uma conversa entre os dois, Rogéria criticou a cobertura em cima da morte, mas foi surpreendida por J. Neto. “Eles ficam igual carniceiros”, disse ela. “Em contrapartida, eles estão fazendo eu ter mais seguidores”, respondeu ele. “Em cima da morte do meu filho. Sei que és um homem público, mas acho covardia”, rebateu ela. “Nosso filho. Não posso impedir a notícia”, acrescentou o artista.
A morte de Miguel Azevedo foi confirmada pela família no dia 14 de novembro, através de um comunicado publicado nas redes sociais. “É com um profundo pesar que anunciamos o falecimento de Miguel Azevedo, filho do cantor J. Neto. Que Deus venha confortar a família e os amigos neste momento de dor. Que a certeza da vida eterna e a promessa de reencontro com Cristo em breve tragam paz e esperança. Que a memória de Miguel seja sempre lembrada com carinho e amor”, dizia o texto.
J. Neto se defende e dá sua versão dos fatos
A coluna Fábia Oliveira procurou J. Neto, que se pronunciou sobre as acusações da ex-esposa. O cantor gospel negou que tivesse uma relação complicada com o filho e contou a sua versão dos fatos.
“Eu e meu filho nunca tivemos uma relação conturbada. Acompanhei o crescimento dele até seus 5 anos de idade, depois disso, tive que me afastar porque não foi mais possível conviver com a mãe dele. Nunca deixei de pagar pensão alimentícia, afirmo isso. Até porque não há nenhuma denúncia judicial por parte da mãe alegando falta de pagamento, mas ela não cumpriu com seus deveres. Tirou o menino do colégio particular e o levou para um colégio publico e ainda cancelou o plano de saúde dele”, disse.
Segundo o cantor, ele tentou por diversas vezes ficar mais perto do adolescente, mas foi impedido pela ex-esposa.
“Durante todos esses anos de separação, tentei voltar e morar em uma das casas do sítio, para acompanhar meu filho de perto, mas fui impedido por ela. Mandava meu filho pra casa da avó dele, alegando que ele não queria ficar com ela, depois trazia ele de volta pra casa e nesse vai e vem, o menino foi sendo jogado como peteca. Ele reclamava que ela não dava as coisas pra ele, coisas como: roupa, calçado, fitas de vídeo game, fone de ouvido e outras coisas mais”, contou.
J. Neto ainda revelou ainda que precisou resgatar o filho após receber uma ligação da diretora do colégio onde Miguel estudava. De acordo com ele, Rogéria havia expulsado o adolescente de casa.
“Neste ano, quatro dias antes das férias escolares começarem, a diretora do colégio me ligou dizendo que meu filho estava chorando copiosamente porque a mãe o expulsou de casa. Ela foi irredutível, não atendeu a súplica do menino pedindo para deixá-lo entrar. Então, a diretora ligou pro Conselho Tutelar, eles foram lá no colégio e ligaram pra mãe, mas de nada adiantou. Ela continuou irredutível, não permitindo que o filho voltasse pra casa. Para ele não ser conduzido pelo Conselho Tutelar pro acolhimento, onde ficam os menores abandonados, eu tive que sair às pressas de São Paulo para resgatar meu filho”, explicou ele.
O cantor continuou: “Ele ficou comigo em São Paulo quase 30 dias e quando as férias estavam acabando a mãe ligou perguntando como iria ficar a situação do menino sem estudar. Então eu respondi que ele não queria mais voltar pra casa, mas também não gostaria de morar em São Paulo. Combinamos eu e ele de alugar uma casa em Guapimirim para que ele ficasse perto da namoradinha e dos amiguinhos do colégio, mas ela disse que não havia necessidade de pagar aluguel e pediu pra que eu convencesse o menino de ir morar comigo em uma das casas do sítio e que ela não iria nos incomodar. Mas meu filho disse que não iria dar certo, porque achava que ela só queria que ele voltasse para não perder a guarda dele e consequentemente a pensão”.
J. Neto ainda relembrou que se despediu do filho um dia antes da fatalidade, sem saber que aquele seria o último dia que se falariam.
“Numa quarta-feira, um dia antes do ocorrido, nos despedimos com um abraço apertado, mas eu não sabia que seria o último. Ele me disse: ‘Te amo, pai’. E eu também disse: ‘Te amo, filho’. Viajei para São Paulo a trabalho e, na madrugada de quinta-feira, Rogéria me ligou dizendo que teve uma briga feia com Miguel e que mandou que ele fosse dormir sozinho na casa da área de lazer, e que dessa vez ele não voltaria mais. Em seguida, começou a chorar”, contou ele ao dizer que a ex-esposa falou sobre o falecimento do menino.
Por fim, ele detonou a ex-esposa, quem chamou de narcisista. “Eu cai em prantos e meu coração começou acelerar e doer, pensei que ia ter outro infarto. Agora ela está fazendo essa retaliação com meu nome, porque não vai mais receber pensão. Manipuladora, calculista fria e suja. Resumindo: narcisista”.
Fonte: Metrópoles