A alimentação é uma prática essencial para manter o equilíbrio do organismo. É por meio dela que produzimos energia, fortalecemos o nosso sistema imunológico, prevenimos doenças crônicas e apoiamos processos biológicos como regeneração celular e controle hormonal.
Enquanto o consumo de alimentos ricos em nutrientes como vitaminas, ômega 3, zinco e proteínas beneficiam o corpo como um todo, por outro lado, uma dieta composta por alimentos ultra processados, gorduras trans e açúcares intensifica os processos inflamatórios e aumenta os riscos de sobrepeso, diabetes tipo 2 e outras síndromes metabólicas.
Quem explica isso é o nutricionista e farmacêutico Alessandro Palatucci Bello. Segundo ele, a alimentação é a base de tudo, ou seja “somos o que comemos”.
“Hipócrates mesmo já falava: ‘Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”
Alessandro Palatucci Bello
O açúcar é realmente um vilão?
De acordo com o especialista, o açúcar eleva os marcadores de inflamação crônica no organismo, que são gatilhos para várias doenças metabólicas, como as cardiovasculares e autoimunes, e até mesmo alguns tipos de câncer. “Ele vai alterar também as taxas hormonais, que ficam oscilando. Com isso, há uma mudança inclusive no humor”, diz à coluna.
PexelsPote de vidro com açúcar em quadrados – Metrópoles
O açúcar eleva os marcadores de inflamação crônica no organismo
Alessandro acrescenta que o ingrediente em questão ainda interfere nos níveis de cortisol, bem como nos níveis dos hormônios sexuais. “Ele diminui a produção de testosterona, deixando a pessoa mais desanimada e fraca”, pontua.
Essa oscilação mencionada pelo profissional também influencia negativamente a função cognitiva, aumentando os riscos de transtornos neurológicos.
Consumo de açúcar versus saúde da pele
Para a dermatologista Caroline Anjo, por ser um alimento inflamatório, o açúcar não é bom para a saúde da pele. “Seu alto consumo pode fazer com que haja um aumento da oleosidade devido à hiperatividade das glândulas sebáceas”, explica à coluna.
“Com o excesso do alimento no organismo, ocorre um processo chamado de glicação, a ligação entre proteínas e carboidratos que gera modificações nas proteínas e acarreta em danos às fibras de colágeno e às fibras elásticas, que promovem a sustentação da pele”, argumenta a médica.
Consequentemente, a cútis perde elasticidade e tônus, e ganha mais flacidez e rugas, sinais do envelhecimento precoce da região.
Ao inflamar a pele, o açúcar também pode causar piora de doenças dermatológicas como rosácea e acne.
Segundo a especialista, a glicação ocorre normalmente em todas as pessoas, mas se torna excessiva quando a alimentação é hipercalórica e hiperglicêmica.
O que muda no corpo e na pele quando paramos de comer açúcar?
Alessandro Palatucci Bello afirma que a primeira diferença a se notar quando há uma redução ou eliminação do consumo de açúcar é a melhora metabólica.
“É impressionante como o nosso metabolismo começa a se equilibrar, a entrar em homeostase. Você tem uma estabilização dos níveis de glicose e de insulina, e uma diminuição dos marcadores inflamatórios, que vão promover o funcionamento correto de todos os órgãos e tecidos”, expõe.
Com o metabolismo equilibrado e a resistência à insulina reduzida, há uma melhora da função energética e uma desinflamação do fígado e do intestino, o que colabora com uma digestão mais adequada. Sem contar com mais qualidade de sono e menos alterações no humor, fatores que também interferem na saúde da pele.
Já no quesito cutâneo, Caroline alega que uma dieta com menor ingestão de açúcar resulta em uma pele com a oleosidade mais controlada, poros menos aparentes e maior controle de doenças como acne e rosácea.
Além de mais saudável, a cútis pode ficar com mais brilho e viço, bem como uma textura melhor e com menos flacidez. “E estaremos prevenindo, inclusive, o tão temido envelhecimento cutâneo”, complementa.
Fonte: Metrópoles