Policiais penais do Distrito Federal recapturaram, na manhã desta terça (11/3), Vinícius Neres Ribeiro, 28 anos – condenado por matar a estudante da Universidade de Brasília (UnB) Louise Maria da Silva Ribeiro. O feminicídio da jovem (leia mais abaixo) completou nove anos nessa segunda-feira (10/3).
Ele estava foragido havia quatro dias e foi encontrado perto da casa da ex-namorada mais recente. Vinícius chegou a entrar no imóvel, pois ainda tinha uma cópia da chave do apartamento, e a deixar o registro do gás de cozinha aberto.
Assista ao momento da prisão:
O trabalho de inteligência de equipes da Polícia Penal do Distrito Federal permitiu chegar ao foragido, que não tinha voltado ao Centro de Progressão Penitenciária (CPP), onde cumpre pena em regime semiaberto, depois das atividades externas às quais tinha direito.
Vinícius tentou fugir após ser localizado pelos policiais, mas acabou capturado. Ele chegou a jogar no chão uma mochila que carregava, com diversos itens suspeitos dentro, como uma mecha de cabelo que seria dessa ex-namorada, facas, abraçadeiras, alicate, lanterna, serras e um frasco de lubrificante íntimo.
Ele chegou ao endereço da última companheira no carro da própria mãe, um Peugeot vermelho, segundo imagens de câmeras de segurança. Depois que saiu do apartamento, dois policiais penais o viram, perseguiram-no, alcançaram o fugitivo e o imobilizaram.
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Após ter direito à progressão de pena para o regime semiaberto, Vinícius – que cursava ciências biológicas na UnB, mas foi desligado da universidade depois de matar Louise Maria – começou outra faculdade. Na nova graduação, conheceu a namorada mais recente que teve.
Ambos viveram um relacionamento por cerca de sete meses. No entanto, quando ela descobriu sobre o passado de Vinícius decidiu terminar. Mais uma vez, sem aceitar o término, o criminoso começou a persegui-la quando saía diariamente para as atividades que era autorizado a exercer fora do CPP, como trabalhar e estudar.
Recapturado na manhã desta terça (11/3), Vinícius foi levado para a 20ª Delegacia de Polícia (Gama) e deixado à disposição da Justiça. Ele pode, inclusive, perder o direito ao regime semiaberto, a depender de decisão do Poder Judiciário.
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O trabalho de inteligência da Polícia Penal contribuiu para a recaptura de Vinicius. O Metrópoles apurou que equipes conseguiram localizar o carro da mãe dele estacionado a cerca de 600 metros da casa da ex-namorada do condenado.
Para o presidente do Sindicato dos Policiais Penais no Distrito Federal (Sindpol-DF), Paulo Rogério, a operação reforçou a importância diária da corporação para a segurança pública, a fim de “garantir o cumprimento de penas e a fiscalização dos detentos”.

Feminicídio em laboratório
O crime, cometido em 10 de março de 2016, chocou a comunidade acadêmica e o Distrito Federal. Ao ser preso, Vinícius confessou ter matado a colega de curso sob a justificativa de estar inconformado diante do término do relacionamento com a jovem.
Louise tinha 20 anos, quando foi dopada com clorofórmio pelo assassino, em um dos laboratórios do Instituto de Ciências Biológicas (IB) da Universidade de Brasília (UnB).
Quando a jovem desmaiou, Vinícius injetou 200 mililitros do químico na boca dela, o que provocou a morte da universitária, segundo a perícia; prendeu os pés e as mãos de Louise; despiu-a; e enrolou o corpo dela em um colchão inflável.
Posteriormente, o criminoso transportou o corpo no carro da vítima até um local próximo ao Minas Brasília Tênis Clube (MBTC), no Setor de Clubes Esportivos Norte (SCEN), e deixou o cadáver na mata, parcialmente incinerado.
Em 2017, Vinícius foi condenado a 23 anos de prisão por homicídio quadruplamente qualificado – por motivo fútil, uso de meio cruel, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio –, além de destruição de cadáver.
No entanto, ele teve a punição atenuada por ser menor de 21 anos à época e por ter confessado espontaneamente o crime.
FONTE: METRÓPOLES