

Um remédio feito com anticorpos contra o Sars-CoV-2 passou a ser uma alternativa para evitar casos graves da Covid-19, especialmente em idosos. Uma pesquisa feita em casas de repouso mostrou que o bamlanivimab, desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Eli Lilly, foi capaz de impedir a infecção grave em 57% dos participantes.
Entre os idosos, o resultado foi ainda mais animador: 80% deles não desenvolveu a versão grave da doença.
O anticorpo tem como objetivo neutralizar a proteína spike, também chamada de espícula, estrutura que permite a entrada do coronavírus na célula humana. O remédio é intravenoso e não pode ser administrado sem acompanhamento especializado. A pesquisa, feita em parceria com o National Institutes of Health, ainda não foi publicada em revistas científicas especializadas, ou seja, não foi revisada por outros cientistas.
O estudo foi feito com 1.097 voluntários, 300 idosos e 797 funcionários das casas de repouso. Do total de participantes, 132 tiveram Covid-19 no início da pesquisa. Quatro pacientes do grupo placebo (que receberam uma substância sem ação no lugar do remédio) morreram.
Ainda que os residentes de lares de idosos representem somente 4,7% dos casos graves de Covid-19 nos Estados Unidos, cerca de 37% dos que morrem pela doença estão nessa faixa etária.
Aprovação
O medicamento está autorizado para tratar casos leves ou moderados de Covid-19 nos EUA. Agora, a Eli Lilly quer expandir a aprovação junto à Food and Drugs Administration (órgão regulador norte-americano) para permitir o uso emergencial do remédio em caráter preventivo.
De acordo com o trabalho, o remédio não substitui a importância da vacinação, mas poderia ser uma forma de evitar que os pacientes desenvolvam quadros graves de Covid-19 caso sejam infectados entre uma dose e outra do imunizante. O medicamento com anticorpos também poderia ser útil para manter idosos que vivem em asilos longe dos hospitais, reduzindo a sobrecarga do sistema de saúde.
A farmacêutica acredita que o medicamento será eficaz contra a variante do coronavírus detectada no Reino Unido, mas tem menos certeza de eficácia contra as mutações encontradas na África do Sul e no Brasil, que ainda não foram identificadas nos Estados Unidos.
O bamlanivimab é um medicamento com anticorpos monoclodais, ou mAb. Os anticorpos são criados em laboratório e visam imitar o comportamento dos anticorpos naturais do corpo humano. Os pacientes elegíveis para tomar o remédio devem ter mais de 12 anos, pesar mais de 40 kg, testar positivo para Covid-19 e apresentar alto risco de hospitalização ou quadros graves da doença.
Fonte: Metrópoles