São Paulo — A cidade de São Paulo registrou 446 casos confirmados de mpox neste ano até a última quinta-feira (3/10), de acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde, divulgado nessa terça-feira (8/10). Mais 15 casos da doença, antigamente conhecida como varíola dos macacos, foram confirmados em relação ao último boletim.


Segundo a Coordenadoria de Vigilância em Saúde da pasta, não há óbitos registrados na cidade em decorrência da doença neste ano. Na série histórica, desde janeiro de 2022, houve 2 mortes e 3.481 casos confirmados.
O estado de São Paulo registrou 702 casos de mpox em 2024, de acordo com informações da Secretaria Estadual da Saúde. O levantamento considera o período de janeiro até esta quarta-feira (9/10). Não houve mortes em decorrência da doença neste ano.
O número é bastante inferior aos 4.129 casos confirmados em 2022, quando a doença atingiu o pico na região. Até o momento, nenhum caso foi registrado da nova variante da mpox, Clado 1b, em todo o território paulista.
O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) do governo do estado, atualizado pela última vez nesta quarta, registrou 5.141 casos da doença confirmados e 3 óbitos desde o primeiro caso até o momento.
OMS aprova 1º teste
A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou na última sexta-feira (4/10) a aprovação para uso emergencial do primeiro teste para diagnosticar a mpox.
A aprovação, segundo nota divulgada pela OMS, “será fundamental para expandir a capacidade de diagnóstico em países que enfrentam surtos de mpox, onde a necessidade de testagem rápida e precisa aumentou acentuadamente”.
A entidade afirma que, se mais pessoas forem testadas, mais rapidamente as medidas para conter a disseminação do vírus poderão ser aplicadas.
Em todo o continente africano, mais de 800 pessoas morreram de mpox, com mais de 30.000 casos confirmados. Segundo o centro de controle de doenças da União Africana de Nações, o vírus da mpox foi detectado em 16 nações do continente. O surto foi mais prejudicial em países como a República Democrática do Congo.
Após a aprovação da OMS, as agências da ONU comprarão os testes da farmacêutica americana que o desenvolveu, a Abbott Molecular, para que seja redistribuído aos países e regiões afetadas. O teste permitirá aos profissionais de saúde detectar a doença com maior rapidez e facilidade.
Chamado de exame Alinity m MPXV, o teste permite a detecção da mpox em menos de duas horas a partir de cotonetes passados em feridas humanas. “Ao detectar o DNA de amostras de erupções cutâneas vesiculares ou pustulosas, os profissionais poderão confirmar as suspeitas de mpox de maneira eficaz e eficiente”, diz a nota da OMS.
Vacinação
A OMS também atestou em 13 de setembro a eficácia e a segurança da vacina contra mpox fabricada pela Bavarian Nordic. O ato serve como uma pré-qualificação para que os países possam adquirir o imunizante com mais celeridade, bem como aprovar o uso da vacina em âmbito local.
A farmacêutica afirmou ter capacidade para fornecer até 13 milhões de doses da vacina até o final de 2025.
Tanto o vírus causador da varíola humana quanto o causador da varíola dos macacos fazem parte da família “ortopoxvírus”. A vacina, portanto, utiliza um terceiro vírus desta família, que, além de ser geneticamente próximo aos supracitados, é inofensivo aos humanos e ajuda a combater as doenças, o vírus vaccinia
Homens que fazem sexo com outros homens e as pessoas que tiveram contato próximo com um paciente infectado foram consideradas prioritárias para o recebimento das doses
Atualmente, existem duas vacinas em uso contra a varíola dos macacos no mundo: a Jynneos, fabricada pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela francesa Sanofi
A Jynneos é administrado como duas injeções subcutâneas (0,5 mL) com 28 dias de intervalo. A resposta imune leva 14 dias após a segunda dose
Na liderança isolada de casos, a cidade de São Paulo promoveu vacinação contra mpox em março deste ano, destinada inicialmente a adultos com mais risco de desenvolver as formas mais graves da doença. No entanto, com o término dos estoques, a imunização foi encerrada.
O Hospital Emílio Ribas, na zona oeste, é indicado pela Secretaria como referência para o atendimento de casos graves no estado. A pasta diz estar “atenta ao cenário e que todas as unidades de saúde já possuem recomendações técnicas de monitoramento e acompanhamento da doença, para que, de forma preventiva, possam atender e auxiliar a população”.
Em 23 de agosto, o governo estadual emitiu um alerta epidemiológico, orientando e recomendando a intensificação das ações de vigilância e assistência nos diagnósticos. Na semana anterior, a OMS declarou a mpox como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional.
Prevenção e sintomas
Segundo a Secretaria da Saúde, a transmissão de mpox entre seres humanos ocorre, principalmente, por meio de contato íntimo com lesões na pele ou mucosas de pessoas infectadas.
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Os principais sintomas da doença são: febre, fraqueza, linfonodos inchados, dores musculares, dores musculares, dores nas costas, dor de cabeça, dor de garganta, congestão nasal ou tosse.
As medidas de prevenção contra a mpox recomendadas pela pasta são:
Evitar contato íntimo ou sexual com pessoas que tenham lesões na pele;
Evitar beijar, abraçar ou fazer sexo com alguém que tenha a doença;
Higienizar as mãos com água e sabão e usar álcool em gel;
Não compartilhar roupas de cama, toalhas, talheres, copos, objetos pessoais ou brinquedos sexuais.
Fonte: Metrópoles