Duas propostas legislativas vindas do estado de Santa Catarina estão acelerando o debate conservador sobre a linguagem neutra no Brasil. Um vereador da cidade de Criciúma e a deputa federal Giovania de Sá (PSDB) estão utilizando o poder político para barrar o debate sobre neutralidade da língua e a utilização de pronomes sem definidor de gênero.
Em Criciúma, o vereador Obadias Benones (Avante), pastor evangélico e jornalista, apresentou uma proposta legislativa que procura proibir a utilização da linguagem neutra de gênero, defendida por uma parte da comunidade LGBTQIA+. O texto afirma que a proposta é um forma de garantir “aos estudantes de Criciúma o direito ao aprendizado da língua portuguesa de acordo com as normas e orientações legais de ensino”. – Demi Lovato se revela pessoa de gênero não-binário; jovem explicou descoberta A deputada Geovânia de Sá irá apresentar um projeto de lei que pretende estender a proibição para nível federal. “Temos percebido movimentos favoráveis a essa linguagem neutra. Entendemos que, nas escolas, as crianças devem aprender o que é curricular, como matemática, português e outras disciplinas. E quem defende o “todes”, por exemplo, está prejudicando a língua portuguesa”, disse a parlamentar.
As proibições vêm fomentadas das propostas do governador Carlos Moisés (PSL), que enviou uma ordem executiva para proibir os termos nas escolas estaduais de Santa Catarina. – Autores se demitem de editora de JK Rowling após empresa não se posicionar sobre transfobia
A discussão sobre a linguagem neutra é crucial para respeitarmos as diversas identidades de gênero que existem no mundo. A tentativa de tentar barrar esse processo, que, aos poucos, vai ganhando mais aceitação dentro do meio acadêmico, é apenas uma forma de tapar o sol com a peneira. A língua é viva e vai mudar. Não adianta aprovar uma lei para impedir as pessoas de falem da forma que elas queiram.
Fonte: Hypeness