São Paulo – Após ser impedido de embarcar em um voo no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, o coelho Alfredo se tornou meme, chegou a ser cogitado como participante da próxima edição do reality show A Fazenda e também como a “terceira via” nas eleições presidenciais de 2022. Depois de toda essa jornada, ele dá seus primeiros passos para ser um influenciador digital estreando um perfil no Twitter.
Mas a história do coelho Alfredo, de 2 anos, com os mineiros Gabriella Cardoso, de 24 anos, e Jorge Philipe Guadalupe, de 29 anos, começou em setembro de 2019. Após a morte de sua cadela Suzi, de 18 anos, o casal percebeu que Nicole, uma cadela de 15 anos, estava se sentindo sozinha. Entretanto, por causa do luto ainda não se sentiam preparados para trazer outro cachorro para a família.
“Estávamos abatidos, mas no lugar que eu sempre ia para comprar ração tinha alguns coelhos. E em um dia que eu fui na loja e o Alfredo me escolheu. Eram diversos coelhos, eu coloquei a mão na grade e muitos correram, ele foi o que mais me deu bola, que lambeu meu dedo”, contou Jorge, que surpreendeu Gabriella com ao voltar para casa com Alfredo.
Alfredo foi companhia para Nicole até a morte dela, que ocorreu há um ano. “Ela já estava velhinha, ele ficava o tempo todo deitado dela. Os dois foram muito amigos”, relatou Gabriela.
De Lagoa da Prata para Limerick
O administrador de empresas, a estudante de medicina veterinária e o coelho Alfredo moravam até alguns dias atrás em Lagoa da Prata, em Minas Gerais. Mas para realizar o sonho de fazer intercâmbio de Gabriella, se mudaram para Limerick, que fica a duas horas de ônibus de Dublin, na Irlanda.
Apenas há três dias na casa nova, os três ainda estão se adaptando e, principalmente, se acostumando com o frio que nesse período já chegou a 0oC. Nesse quesito, o peludo Alfredo tem se saído melhor, mas também estranha o clima novo.
“Em Lagoa, ele deitava mais no chão, mas aqui ele tem ficado mais na cama com a gente, ele tem ficado mais grudado com a gente. Quando sai na rua é a hora que ele mais percebe a diferença”, contou Jorge.
Gabriella disse que a adaptação do coelho ao frio, à nova ração, aos diferentes vegetais e às frutas era uma preocupação para eles, mas isso já foi superado. “Em três dias ele já se adaptou, mas nós ainda estamos nos adaptando”, afirmou.
“Ele está amando essa nova vida, corre para todos os lados da casa. Ele está adorando os cheirinhos e matinhos novos. Quando não alcança as flores, ele fica em pé nas duas patinhas como quem diz ‘pega essa para mim, papai’”, relatou Jorge.
Abalados
Jorge afirmou que os dois ainda estão abalados com a confusão ocorrida no aeroporto de Guarulhos, mas que em nenhum momento cogitaram fazer a mudança de país sem o coelho.
“Confesso que não estou acompanhando a repercussão toda, não quis ver o vídeo inteiro. Realmente, me afeta muito. Só vi o trecho no qual eu cai em cima do Alfredo, porque eu fiquei preocupado e queria entender o que aconteceu”, disse.
Influenciador digital
Na rede social, Alfredo, em primeira pessoa, agradece a torcida das pessoas para que sua história tivesse um final feliz. Ele também compartilha os dias mais tranquilos que vem tendo em sua nova casa em Limerick, na Irlanda. A nova rotina fora do Brasil inclui passeios usando um peitoral para não fugir.
Segundo Jorge, o perfil no Twitter foi criado para retribuir o carinho e também para conscientizar as pessoas sobre o tratamento que coelhos merecem. Outra prioridade para o casal é contribuir para que a situação não aconteça comodoros tutores de coelho.
“Não é só aquilo, já estávamos travando uma luta há pelo menos duas semanas. Tanto na esfera judicial para conseguir a liminar quanto na administrativa para fazer a KLM cumprir a liminar e também com a documentação”
Impedido de embarcar
Apesar de ter decisões da Justiça a seu favor, o casal foi impedido pela companhia aérea KLM de embarcar em um voo para Dublin com o coelho Alfredo na cabine. A situação acabou se tornando uma briga generalizada e viralizando nas redes sociais.
O casal, que conseguiu embarcar com o animal de estimação na sexta-feira (19/11) com escolta policial, vai acionar a Justiça para que a empresa pague R$ 30 mil em multas e por danos morais.
Fonte: Metrópoles