Um concurso resultou em grande debate nas redes sociais. Uma competição para eleger a “vagina mais bonita do Brasil” teve seu resultado divulgado. Organizado pela influenciadora e modelo de conteúdos adultos Ana Otani, de Balneário Camboriú (SC), o concurso elegeu Maitê Sasdelli como vencedora do pleito.
As participantes enviavam vídeos para um grupo de Whatsapp com vários pagantes de conteúdo erótico exclusivo, que diariamente iam “eliminando” vulvas que não lhes agradava. Ao fim, eles elegeram a vulva de Maitê como a mais bonita entre as participantes do concurso.
“E finalmente conseguimos eleger a vagina mais bonita do Brasil. Você já viu a ppk dela? Realmente é muito linda”, escreveu a organizadora do concurso para divulgar o resultado. – A ‘Galeria da Vulva’ é a melhor celebração da vagina e da sua diversidade A ideia do concurso já levantou debate por seu erro de nome: a vagina é apenas o canal interno do órgão sexual das mulheres cis. A parte externa – que provavelmente era a avaliada pela suposta beleza – se chama vulva. Portanto, era um concurso de vulvas.
O concurso também foi alvo de críticas porque incentiva a ideia de que existe um padrão de beleza para órgãos genitais. Esse padrão acaba sendo racista e machista. O Brasil é o país do mundo que mais executa ninfoplastias, ou seja, procedimentos cirúrgicos estéticos na região da vulva. Segundo Wendell Uguetto, membro da SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), houve um aumento de 30% nas cirurgias desse tipo entre 2016 e 2019. E a motivação é estética.
“O maior público está entre jovens, de 18 a 35 anos, sexualmente ativas e a maioria solteira. Essa procura se dá por conta de dor durante as relações sexuais, pois às vezes pode estar relacionada com a anatomia, e por questões estéticas, que é a grande parte dos casos”, afirma.
Fonte: Hypeness