Além da reabilitação física dos pacientes, a clínica trabalha aspectos sociais e psicológicos de seus pacientes
O Centro Universitário Euroamericano de Águas Claras (Unieuro) possui um programa de atendimento fisioterapêutico aberto para a comunidade com funcionamento gratuito na Clínica Escola de Fisioterapia. Meyúry Lisboa, fisioterapeuta pós graduada em gerontologia e geriatria com quatro anos na área, é a responsável pelo recrutamento de pessoas da terceira idade, além de auxiliar e monitorar os estagiários em seus trabalhos com os pacientes.
A Clínica-Escola de Fisioterapia na área de geriatria liderada por Meyúry atende a idosos a partir dos 60 anos, com alguma dificuldade locomotora ou que passaram por algum tipo de acidente físico. O intuito de Meyúry e dos estagiários de fisioterapia é o de trabalhar não só os aspectos físicos dos pacientes, mas também os psicológicos. Quando o paciente chega na clínica-escola vem com vários traumas, daí a necessidade de trabalhar a comunicação, relação interpessoal e oferecer cuidado e carinho para eles.
Os pacientes são tratados de forma igualitária, humana e repleta de alteridade. Mais do que tratar a ruptura de um osso, dificuldade de locomoção ou membros atrofiados, os pacientes são tratados em suas almas, no íntimo de seus seres. Por isso, é importante que os estagiários de fisioterapia façam estudos de envelhecimento e desenvolvimento humano, para tratar os pacientes da forma mais adequada.
Além dos estudos de envelhecimento e desenvolvimento humano, faz-se necessário a aplicabilidade de técnicas para serem transportadas para as salas de fisioterapia. O resultado só pode ser positivo.
Crescimento acadêmico
O estágio na Clínica-Escola de Fisioterapia da Unieuro é uma das etapas finais para a aprovação do aluno e ingresso na área. De 20 em 20 dias o ciclo de estagiários é modificado. Antes de começar o tratamento, os pacientes já são informados sobre essa mudança.
Meyúry avalia os alunos em vários requisitos, a fim de observar se está apto ou não para a profissão. São analisados tom de voz, simpatia, aplicação de métodos e técnicas do estagiário e como é o diálogo com o paciente. Esses quesitos são anotados em uma planilha criada por Meyúry em seu computador.
É necessário que o aluno conheça, a fundo, o seu paciente, bem como o tipo de trauma e dificuldades físicas que ele possui, para aplicar as técnicas corretas. Ele precisa ter conhecimento prévio de suas demandas, necessidades e limitações. A cada encontro, que dura cinquenta minutos de duas a três vezes por semana, o estagiário deve descrever a evolução do paciente, até que seja reabilitado completamente e encaminhado para atividades mais intensas – uma espécie de academia disponível no próprio andar da clínica-escola. “Os alunos tem aprendido e crescido muito”, explica a fisioterapeuta Meyúry.
O trabalho dos alunos é otimizar e trabalhar a funcionalidade dos pacientes, de modo que sejam reabilitados e vivam de forma mais saudável e funcional. Para isso, a técnica de reabilitação pessoal é utilizada, em um aspecto global que envolve equilíbrio, força, coordenação motora e atividades lúdicas – bingo, forca, artesanato, DIY de jogos (“Faça você mesmo”, em português) e dança. No dia que fui conversar com a fisioterapeuta Meyúry, os pacientes estavam animados pois jogavam bingo, que valia uma barra de chocolate. “Os pacientes gostam de vir para cá, pois são bem tratados, se sentem bem e melhoram física e psicologicamente”, explica.
Desenvolvimento do paciente
Esse trabalho produz melhoras significativas na vida do paciente nas mais diferentes esferas. Ele fica com a auto estima elevada, mais alegre e comunicativo, além de criar vínculos de amizade e de relacionamento que leva para seu convívio no dia a dia. São visíveis os benefícios que um atendimento como esse produz na vida do paciente. Afinal, ser bem tratado é o primeiro item na recuperação e cura de debilidades e doenças. E os estagiários e a fisioterapeuta responsável pelo setor são receptivos, humanos e amigos.
O ambiente, em si, contribui e muito para a recuperação dos pacientes. A Clínica-Escola é arejada, com equipamentos de qualidade e diversos itens que auxiliam na recuperação dos indivíduos. Há macas, bicicletas, caneleiras, alteres, elásticos, circuitos, bolas, esteiras, bambolês e uma série de outros objetos e artifícios que ajudam nesse sentido. Meyúry, além de avaliar os estagiários, ainda auxilia na preparação dos aparelhos disponíveis.
Esses circuitos e aparelhos estimulam os membros do organismo, os reabilitando para um bom funcionamento. Há um circuito, espécie de estrada no chão, em que o paciente deve caminhar por objetos com texturas e superfícies distintas. Há também a utilização de elásticos, que estimulam as articulações e movimentação dos membros para que não sejam atrofiados e mãos de tinta guache ou de EVA nas paredes para estimular os movimentos das mãos. O intuito desse exercício é provocar a mobilidade do paciente, pois ele deve colocar suas mãos embaixo e no alto também.
Os pacientes também são estimulados à criatividade e produzem jogos de raciocínio lógico e entretenimento. Eles confeccionam esses brinquedos e depois jogam com o objetivo de trabalhar a coordenação motora, socialização e bem estar físico e mental.
A Clínica-Escola da Unieuro é uma excelente clínica para pessoas acima de 60 anos que necessitam de reabilitação física e motora e recuperação fisioterapêutica. A contemplação para participar leva em conta a gravidade do caso e avaliação. Essa é uma clínica fisioterapêutica que não trabalha apenas os aspectos físicos do paciente, mas todos os demais.
Fonte: Jovem Jornalista