Imagine diminuir o peso com a aplicação de uma injeção de P-G3 (nanomaterial com cargas positivas), assim como ocorre com o Botox nos tratamentos estéticos.A possibilidade existe e pode ajudar na obesidade geral e localizada, dizem os pesquisadores dos Estados Unidos que testaram os experimentos em camundongos com sobrepeso.Como o Botox no uso estético, o P-G3 pode ser injetado localmente em um depósito de gordura subcutâneo específico, desativando seu acúmulo.A expectativa é que isso dê origem a um novo tipo de tratamento contra gorduras localizadas.EstudosDois novos estudos, publicados agora por pesquisadores da Universidade de Colúmbia (EUA), podem ter a resposta para esse grande desafio.Com os estudos, a expectativa é que o desenvolvimento da técnica atinja o depósito de células de gordura de forma específica e saudável e ainda agir sobre a gordura sob a pele, bem como a inflamação crônica associada à obesidade.Assim, a capacidade de atingir as células de gordura e separar com segurança a formação de gordura não saudável do metabolismo da gordura saudável seria a resposta às orações de muitas pessoas.NanotecnologiaO método consiste na utilização de nanotecnologia, baseada em materiais construídos em nanoescala para conterem cargas elétricas específicas, os “materiais catiônicos”.A grande descoberta é que esses nanomateriais podem atingir áreas específicas de gordura e inibir o armazenamento não saudável de gordura nas células.Os materiais remodelam a gordura em vez de destruí-la, como faz a lipoaspiração.A primeira pesquisa focou na adiposidade visceral, ou gordura da barriga. Os pesquisadores trabalham com a hipótese de que essa rede de matriz extracelular, carregada negativamente, poderia funcionar como um tipo de sistema de rodovias, por onde poderiam trafegar moléculas carregadas positivamente.Foi aí que entrou o nanomaterial com cargas positivas, chamado PAMAM geração 3 (P-G3), desenvolvido originalmente para combater a inflamação.Quando foi injetado em camundongos obesos, o P-G3 se espalhou rapidamente por todo o tecido, atingindo especificamente a gordura visceral.Os pesquisadores descrevem como se o P-G3 tivesse desligado o programa de armazenamento de lipídios nas células adiposas e os camundongos perderam peso.“Nossa abordagem é única, distinguindo-se das abordagens farmacológicas ou cirúrgicas,” disse o professor Li Qiang. “Usamos carga catiônica para rejuvenescer células de gordura saudáveis, uma técnica que ninguém jamais usou para tratar a obesidade. Acho que essa nova estratégia abrirá as portas para uma redução de gordura mais saudável e segura”.GorduraUm dos grandes desafios no tratamento da obesidade são que o tecido adiposo não é contínuo no corpo, mas encontrado em “depósitos” largamente disseminados, o que torna difícil atingir o depósito de modo certeiro.Além disso, existem dois tipos principais de gordura: gordura visceral, presente nos tecidos internos que envolvem o estômago, fígado e intestinos, e gordura subcutânea, encontrada sob a pele em qualquer parte do corpo.A gordura visceral produz a indesejável barriguinha, enquanto a gordura subcutânea pode criar papadas no queixo, gordura nos braços, etc.Hoje, não há como tratar especificamente o tecido adiposo visceral, e os tratamentos atuais para gordura subcutânea, como a lipoaspiração, são invasivos e destrutivos.Com informações de Diário da SaúdeFonte: Só notícia boa