A pandemia da Covid-19 escancarou a crise da saúde mental e as lacunas nos serviços de atenção aos pacientes. A fim de reverter esta situação, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou, nessa sexta-feira (9/6), a Nova Agenda de Saúde Mental para as Américas (NASMA), um guia com 10 recomendações de políticas públicas e ações estratégicas prioritárias.“A saúde mental das populações das Américas foi gravemente afetada pela pandemia da Covid-19 e por seus efeitos sobre nossas vidas, economias e sociedades. Os dados das primeiras etapas da emergência sanitária revelaram um aumento de condições de saúde mental, dentre elas, a depressão e a ansiedade”, afirmou o diretor da Opas, Jarbas Barbosa da Silva Jr., em coletiva de imprensa.O pacote com as 10 recomendações foi desenvolvido pela Comissão de Alto Nível sobre Saúde Mental e Covid-19, composta por 17 membros que analisaram os efeitos da pandemia usando como referência o período prévio à emergência global.Um estudo publicado em 2018 mostrava que no período de 12 meses, quase 20% da população havia experimentado algum transtorno de saúde mental. Nas Américas, a taxa de suicídio cresceu 20% nas últimas duas décadas, na contração da redução observada a nível global.Jarbas Barbosa avalia que a crise observada agora é resultado da falta de atenção à saúde mental, refletida na falta de acesso a tratamentos de cerca de 80% das pessoas que sofrem transtornos mentais graves.A Opas considera a agenda uma ferramenta operacional para os líderes de departamentos governamentais das áreas de saúde, educação, finanças, bem-estar social, desenvolvimento, justiça, emprego, trabalho e para os legisladores e formuladores de políticas em todos os níveis de governo.O guia com 10 recomendações sobre como melhorar a saúde mental da região afetada pela pandemia inclui:Elevar a questão da saúde mental em nível nacional e supranacional;
Integrar a saúde mental em todas as políticas;
Aumentar a quantidade e a qualidade dos recursos financeiros para a saúde mental;
Garantir os direitos humanos das pessoas que vivem com problemas de saúde mental;
Promover e proteger a saúde mental ao longo da vida;
Melhorar e expandir os serviços de saúde mental e a atenção à saúde mental na comunidade;
Reforçar a prevenção do suicídio;
Adotar uma abordagem transformativa das questões de gênero em prol da saúde mental;
Lidar com racismo e discriminação racial como um dos principais determinantes da saúde mental;
Melhorar os dados e as pesquisas sobre saúde mental.Fonte: Metrópoles