Você costuma lavar sua garrafinha de água diariamente? Em dias de calor extremo e baixa umidade, ter uma garrafa de água sempre à mão é essencial para se manter hidratado. No entanto, é necessário cuidar da higiene do recipiente.
O infectologista Rodrigo Lins, da Sociedade Brasileira de Infectologia, ressalta a importância de tratar a garrafinha de água como qualquer outro utensílio de uso pessoal, o que significa higienizá-la após cada uso.
“Embora a água não contenha resíduos de alimentos que favoreçam o rápido crescimento de bactérias e fungos, ela também pode servir como ambiente para o desenvolvimento desses micro-organismos. E eles causam doenças, por isso, o ideal é lavar sempre que usar”, esclarece.
Os riscos de consumir água contaminada incluem diarreia e gastroenterite. Também há a possibilidade, embora mais rara, de infecções na corrente sanguínea, especialmente em pessoas com a saúde fragilizada.
“Ingerir uma quantidade significativa de bactérias ou fungos pode não causar nada, mas também pode levar a infecções mais graves, como a bacteremia”, alerta o infectologista.
Pode reutilizar garrafas de plástico?
De acordo com o biólogo Luiz Fernando Romanholo Ferreira, professor do curso de Ciências Biológica da Universidade Católica de Brasília, as garrafas de plástico podem ser reutilizadas, mas a duração depende do tipo de plástico e da conservação.
“Garrafas que são feitas de PET (plástico comum) devem ser trocadas depois de algumas semanas, por causa da sua degradação. Quando são fabricadas de plásticos mais resistentes, como o polietileno (PE) ou polipropileno (PP), podem ser usadas por meses, desde que estejam em boas condições”, pontua.
O professor explica que as garrafas de plástico liberaram substâncias como o bisfenol A (BPA) e ftalatos (compostos químicos utilizados como aditivo para deixar o plástico mais maleável), especialmente quando aquecidas, expostas ao sol ou mantidas na geladeira.
O bisfenol A (BPA) pode afetar o funcionamento do intestino, causando alterações nos movimentos intestinais e aumentando o risco de lesões na mucosa gástrica. Já os ftalatos, conhecidos por interferirem no sistema endócrino, podem causar problemas no fígado e prejudicar o sistema reprodutivo masculino.
O biólogo afirma que a água pode permanecer na garrafa por até 24 horas em temperatura ambiente. Após esse período, há risco de crescimento microbiano, especialmente se a garrafa teve contato com a boca ou as mãos.
Qual material escolher e como higienizar?
Por ser mais durável, resistente à corrosão e não liberar substâncias na água, o professor da Católica recomenda o uso de garrafas de aço inoxidável. Ele ressalta que o vidro, por ser quimicamente inerte, não altera o sabor da água, mas é mais frágil. Já o alumínio é leve, mas pode exigir revestimento para evitar reações químicas com líquidos ácidos.
O infectologista aponta que materiais com muita textura não são indicados, pois dificultam a higienização. Segundo ele, o mais importante é que o material seja liso e fácil de limpar.
Para garrafas de aço inoxidável: lave com detergente neutro e água morna, evitando produtos abrasivos que podem danificar a superfície e comprometer a proteção contra bactérias;
Para garrafas de vidro e plástico: lave com detergente neutro e use escovas para limpar o interior de forma eficiente.
Fonte: Metrópoles